Relatório alerta para aquecimento e acidificação dos oceanos
[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / FN]
Nesta segunda-feira (03/06), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou um novo relatório sobre o estado dos oceanos, revelando dados sobre o aquecimento, acidificação e queda nas taxas de oxigênio das águas marinhas. O documento destaca que o aquecimento está ocorrendo não apenas nas águas superficiais, mas também em zonas mais profundas dos oceanos, com um ritmo sem precedentes.
Segundo os dados, o ano de 2023 registrou recordes de temperatura nos oceanos, e o relatório indica que o aquecimento está acelerando. Consequências incluem a elevação do nível do mar, mudanças nas correntes oceânicas e alterações dramáticas nos ecossistemas marinhos. A publicação ressalta que o derretimento de geleiras na Groenlândia e na Antártica Ocidental contribui para a elevação do nível do mar, agravando os danos causados por eventos climáticos extremos, como tsunamis. Estes fenômenos, inclusive de fontes não sísmicas, podem se tornar mais frequentes e catastróficos.
Os pesquisadores também observam a queda na disponibilidade de oxigênio no ambiente marinho devido à poluição, afetando espécies e biodiversidade. A necessidade de novas pesquisas é enfatizada, assim como o compartilhamento global e equitativo de dados sobre os oceanos.
Vidar Helgesen, secretário executivo da comissão oceânica intergovernamental da Unesco, alerta no prefácio do relatório que a crise oceânica está avançando mais rapidamente que o conhecimento sobre ela. Ele destacou a necessidade de uma descrição quantitativa mais completa do oceano para informar soluções eficazes para as múltiplas crises oceânicas.
“Tudo indica, no entanto, que a crise dos oceanos está desenvolvendo mais rápido do que nosso conhecimento dele. Por isso necessidade de acelerar a mobilização que está em curso na Década das Nações Unidas para a Ciência Oceânica para a Sustentabilidade Desenvolvimento 2021-2030. Precisamos transformar o oceano ciência e nossa relação com ela. Precisamos de melhor conhecimento como base para um planeamento sustentável dos oceanos e gestão, dentro e fora das áreas de competência nacional jurisdição. E precisamos de um sistema muito mais forte e muito mais rápido e uma interação mais dinâmica entre o conhecimento dos oceanos, política e ação”, destacou Helgesen.
O relatório
O relatório, parte dos esforços da Unesco para promover os objetivos da Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a conservação dos oceanos, contou com a colaboração de 98 autores de 25 países. Os especialistas destacam a importância dos oceanos no controle climático, pois absorvem grandes quantidades de gás carbônico, o que leva à acidificação das águas e exige medidas de mitigação.
*Com informações de Unesco