Queijo Minas Artesanal é declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco
[Foto: Ilustrativa / lensGO]
O Modo tradicional de fazer queijo minas artesanal, produzido em Minas Gerais, foi oficialmente inscrito na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco nesta quarta-feira (4). O reconhecimento internacional destaca a importância cultural e gastronômica deste queijo artesanal, produzido em pequenas propriedades rurais com métodos tradicionais transmitidos entre gerações.
A candidatura foi apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
O Queijo Minas Artesanal é produzido com leite cru e o “pingo”, uma levedura natural com bactérias específicas de cada região mineira, que conferem características únicas de sabor, aroma e textura. A técnica artesanal é transmitida oralmente entre gerações, reforçando laços comunitários e familiares.
Além disso, o preparo do queijo reflete um sistema de produção baseado na agricultura familiar, em que homens e mulheres, dependendo da localidade, desempenham diferentes etapas do processo.
Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o título preserva a memória e o saber do povo brasileiro: “É uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo. Agradeço a todos os envolvidos nesta conquista. Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar. É a arte de preservar o nosso patrimônio”
Desde 2008, o Queijo Minas Artesanal é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan. A inclusão na lista da Unesco é a primeira do país a contemplar modos de fazer um alimento.
Segundo Leandro Grass, presidente do Iphan, este é um reconhecimento não apenas do produto, mas também do trabalho humano por trás dele:
“O queijo não tem valor sem a parte humana, por isso, não é simplesmente o queijo minas que é patrimônio, mas sim os modos de fazê-lo. Por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar.”
A produção do Queijo Minas Artesanal envolve 106 municípios mineiros. Segundo o Iphan, a produção “remete ao sentimento de pertencimento dos indivíduos a suas comunidades de origem e ao orgulho dos produtores pela qualidade do resultado de seu trabalho cotidiano, que envolve desde o manejo do pasto e cuidado com o bem-estar dos animais até o preparo, zelo e a venda do queijo aos consumidores.”
Agora, o queijo mineiro junta-se a outros bens culturais brasileiros reconhecidos pela Unesco, como o Samba de Roda no Recôncavo Baiano; a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi; o Frevo: Expressão Artística do Carnaval de Recife; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a Roda de Capoeira; e o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.
*Com informações de Iphan e UNESCO