
[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / AN]
A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta terça-feira (17/06), o inquérito que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época ocupava o cargo de diretor-geral da Agência.
A lista de indiciados também inclui membros da atual cúpula da agência, sob a gestão de Luiz Fernando Corrêa. O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora deve analisar os próximos passos do processo.
Segundo a PF, o grupo teria utilizado a estrutura da ABIN para monitorar ilegalmente autoridades públicas. Policiais e delegados cedidos à agência, além de servidores do órgão, são apontados como integrantes que teria atuado para executar ações de espionagem sem respaldo legal.
Segundo o relatório, durante a investigação, foi identificada ainda uma operação voltada à coleta de informações sigilosas sobre autoridades paraguaias envolvidas nas negociações do contrato de energia da hidrelétrica de Itaipu, administrada por Brasil e Paraguai.
Carlos Bolsonaro, por meio das redes sociais, atribuiu motivação política à operação, relacionando-a às eleições de 2026. Alexandre Ramagem, até o momento, não se pronunciou sobre o indiciamento, mas anteriormente negou qualquer envolvimento com o esquema.
A ABIN, em nota divulgada em abril, declarou estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos nos âmbitos administrativo, civil ou criminal, mas não comentou os indiciamentos recentes.
*Com informações de PF e STF