
[Foto: Ilustrativa]
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Agentes da Polícia Federal (PF), com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriram nesta quarta-feira (10/09) 16 mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga suposto desvio de verbas públicas destinadas à saúde no Rio de Janeiro. A ação, denominada Operação Antracito, apura crimes como peculato, associação criminosa e lavagem de capitais.
A investigação teve início na Delegacia da PF em Macaé, no norte fluminense, e foca em contratos firmados entre 2022 e 2024 com uma organização social que atua em diversas prefeituras do estado, incluindo Duque de Caxias, São Gonçalo, Arraial do Cabo, Saquarema, Cachoeiras de Macacu, Santa Maria Madalena, Cordeiro e Quissamã.
De acordo com a CGU, o montante total já pago à organização social investigada chega a R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 91 milhões provenientes de recursos federais. Auditorias do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) e da própria CGU identificaram irregularidades graves nos contratos, como a ausência de seleção objetiva, a falta de comprovação da prestação de serviços e contratações direcionadas, incluindo empresas recém-constituídas.
O delegado federal Adriano Espindula Soares, responsável pela investigação, detalhou que empresas recém-criadas foram contratadas para atuar junto à organização social. Além disso, verificou-se que valores que deveriam ser destinados à área de saúde foram aplicados em despesas diversas, como consultorias e serviços jurídicos de pessoas ligadas à organização.
“Foram contratadas empresas recém-constituídas para atuar perante essa organização social. Foi constatada também a ausência de comprovação das despesas recebidas. A investigação verificou que valores que seriam, em tese, destinados à área de saúde foram aplicadas em despesas diversas, como consultorias e serviços jurídicos de pessoas também ligadas à organização social”, disse o delegado.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diferentes municípios do estado, incluindo Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Rio Bonito, Santa Maria Madalena e Cachoeiras de Macacu, e miram tanto pessoas físicas quanto jurídicas envolvidas no esquema.
De acordo com a Polícia Federal, foram realizadas as apreensões de dois carros, R$ 20 mil em espécie, diversos celulares, computadores e HDs, além de documentos diversos.
Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de capitais, de acordo com as informações divulgadas pela Polícia Federal e pela CGU.
*Com informações de PF