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Parceria internacional busca acelerar produção de reagentes e testes diagnósticos para dengue e covid-19

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[Foto: Ilustrativa / Rodrigo Nunes / MS]

O Laboratório de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco anunciou o avanço na validação de uma nova geração de ferramentas de diagnóstico para diversas doenças virais, incluindo zika, dengue, chikungunya, febre oropouche e Covid-19. O estudo é liderado pelo professor Keith Pardee, da Universidade de Toronto, e coordenado no Brasil pelo pesquisador Lindomar Pena, da Fiocruz PE. A pesquisa conta com a colaboração de cientistas do Canadá, Estados Unidos, Brasil, Chile, Colômbia e Índia.

O estudo busca avaliar dois equipamentos: o Mango, destinado à expressão e purificação de proteínas utilizadas como reagentes, e a terceira geração do Plum, uma plataforma digital portátil para leitura de ensaios. A versão inicial do Plum foi testada na Fiocruz PE em 2022.

Segundo Severino Jefferson Ribeiro, pós-doutorando da Universidade de Toronto, o Plum mostrou-se eficaz com reagentes comerciais e agora está sendo testado com insumos produzidos localmente e amostras de pacientes.

“Essa nova versão é muito mais potente, capaz de ler diversos tipos de ensaios, tanto moleculares como sorológicos, além dos testes baseados na tecnologia de sensores, para a qual o equipamento foi originalmente desenvolvido”, disse Severino Jefferson.

A iniciativa visa a proporcionar autonomia aos países emergentes na produção de insumos para testes diagnósticos, prevenindo interrupções e altas de preços como as ocorridas durante a pandemia de Covid-19.

“A ideia geral desse trabalho é a filosofia de Ciência Aberta. Não ficar preso a patentes nem à importação de reagentes. A busca é para produzir localmente todos os insumos e para isso nós usamos as enzimas que não têm mais patentes atreladas”, explicou o coordenador Lindomar Pena.

Financiado pelo International Development Research Centre (IDRC), os equipamentos são produzidos em impressoras 3D e podem ser replicados facilmente, com reagentes liofilizados que não necessitam de refrigeração, facilitando o transporte e manuseio.

Quinn Matthews, pesquisador canadense, está no Recife para acompanhar esta fase do estudo. Ele destacou a importância do desenvolvimento de ferramentas acessíveis para países com dificuldades na obtenção de insumos necessários, ressaltando a experiência positiva de ver a ciência ultrapassando fronteiras.

“Nós trabalhamos neste projeto por anos e sempre achamos que seu ápice seria desenvolver ferramentas que outros países e outros profissionais poderiam utilizar, especialmente onde há dificuldade de obter os insumos que se necessita para esses trabalhos. Agora esse dia chegou e tem sido uma ótima experiência ver de perto o que realmente significa fazer ciência além de nossas fronteiras”, disse Quinn.

*Com informações de Fiocruz

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