Nicolás Maduro proclamado presidente eleito da Venezuela para terceiro mandato
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou, na tarde de segunda-feira (29), Nicolás Maduro como presidente do país para o período de 2025 a 2030. Este será seu terceiro mandato consecutivo. Durante a cerimônia de recebimento do mandato, Maduro acusou a existência de um suposto golpe de Estado em gestação no país. “Não é a primeira vez que enfrentamos o que hoje estamos enfrentando. Está se tentando impor na Venezuela um golpe de Estado, novamente de caráter fascista e contrarrevolucionário. Eu posso denominá-lo de uma espécie de Guaidó 2.0”, afirmou.
Questionamentos e Desafios à Eleição
O resultado eleitoral foi reconhecido por alguns candidatos opositores, mas questionado pelo principal adversário de Maduro, Edmundo González. Com 80% das urnas apuradas, o CNE declarou a vitória de Maduro com 51,21% dos votos contra 44% de González. A líder oposicionista María Corina Machado afirmou que os adversários de Maduro tiveram acesso a 40% das atas eleitorais, as quais mostrariam a vitória de Edmundo González. Ela pediu uma intervenção das Forças Armadas para garantir a soberania popular expressa no voto.
Ataque Hacker e Investigações
O CNE denunciou que um ataque hacker, supostamente vindo do exterior, tentou desestabilizar a totalização dos votos, atrasando o anúncio dos resultados. Tarek William Saab, fiscal-geral do país, declarou que a líder da oposição, María Corina Machado, está sob investigação por envolvimento no ataque.
Reações Internacionais
A comunidade internacional está dividida quanto ao reconhecimento dos resultados. Países como Equador e Argentina não reconhecem a vitória de Maduro. Outros, como Estados Unidos e União Europeia, não rejeitam o resultado, mas exigem a publicação das atas eleitorais. Rússia, Bolívia, China e Cuba parabenizaram Maduro sem contestar a publicação das atas. O Brasil aguarda a publicação dos dados desagregados por mesa de votação, ressaltando a importância da transparência.
Expulsão de Diplomatas e Protestos
Em resposta às críticas, o governo venezuelano expulsou diplomatas de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, que contestaram o resultado. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um alerta consular para que brasileiros na Venezuela evitem aglomerações, devido aos protestos e tensões no país.
Tensão e Violência
Manifestações ocorreram em várias partes da Venezuela após a proclamação de Maduro. O Ministério Público informou que confrontos resultaram na morte de um membro da Guarda Armada Nacional Bolivariana e feriram outros 48 membros das forças de segurança, com 749 prisões. A ONG Foro Penal calcula que seis manifestantes foram mortos.
Reações Brasileiras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que reconhecerá o resultado após a apresentação das atas eleitorais. O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, criticou a falta de lisura e transparência do processo eleitoral venezuelano. O senador Chico Rodrigues, observador internacional do pleito, destacou a importância da divulgação das atas para legitimar as eleições.
A situação na Venezuela continua tensa, com desdobramentos previstos nos próximos dias enquanto se aguarda a publicação das atas eleitorais e se intensificam as investigações sobre o ataque hacker.
Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado.