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Mpox: Entenda os riscos, as medidas de prevenção e o tratamento desta Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional

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A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) emitiu um alerta nesta segunda-feira (04/09) em resposta à recente declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a situação de emergência global causada pela Mpox. A preocupação surge após um aumento significativo de casos na República Democrática do Congo e a propagação explosiva do vírus em todo o continente africano, onde quatro linhagens (clados) diferentes do vírus estão em circulação.

A Declaração da OMS e a Situação no Rio de Janeiro

No dia 14 de agosto de 2024, o Diretor-Geral da OMS declarou a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Esta classificação indica que a doença representa um risco global, com potencial para se espalhar internacionalmente, exigindo, assim, uma resposta coordenada entre os países. A situação no Brasil, embora preocupante, ainda está controlada. Até agora, foram registrados 791 casos confirmados e prováveis de Mpox em 2024, sendo 190 deles no estado do Rio de Janeiro. Todos os casos no Brasil estão relacionados ao Clado 2b do vírus, que já circula desde 2022. É importante ressaltar que não houve registro de óbitos no país este ano.

Como Ocorre a Transmissão da Mpox?

A Mpox é transmitida principalmente por meio de contato direto com lesões na pele de uma pessoa infectada. As pústulas, fase na qual as lesões estão mais infecciosas, mantêm-se contagiosas mesmo após a formação de crostas, diferentemente da varicela. Além do contato direto com lesões, a doença pode ser transmitida através de fluidos corporais e objetos contaminados, como roupas e lençóis. A transmissão por gotículas respiratórias também é possível, mas geralmente requer contato prolongado e próximo.

Sintomas e Grupos de Risco

Os sintomas da Mpox incluem febre, dores de cabeça intensas, dores musculares, cansaço extremo, linfonodos inchados (ínguas) e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo, como mãos, pés e genitália. Qualquer pessoa em contato próximo com um indivíduo infectado ou com materiais contaminados está em risco de contrair a doença. Gestantes podem transmitir o vírus ao feto através da placenta ou para o bebê durante ou após o parto, por meio do contato pele a pele.

A Mpox é uma Doença Sexualmente Transmissível?

Embora a Mpox possa ser transmitida durante o contato íntimo, incluindo relações sexuais, ela não é classificada como uma doença sexualmente transmissível. A principal via de transmissão é o contato pele a pele, independentemente da natureza sexual desse contato.

Complicações e Prevenção

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem em algumas semanas. No entanto, indivíduos imunocomprometidos, crianças e gestantes estão mais propensos a desenvolver complicações graves, como infecções secundárias, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro), que podem ser fatais. A prevenção da Mpox envolve evitar contato direto com pessoas infectadas, o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, em ambientes de risco, além de higienizar rigorosamente as mãos e objetos pessoais.

Vacinação e Tratamento

A vacina Jynneos, que utiliza um vírus atenuado, é a principal ferramenta de prevenção disponível no Brasil. A vacinação é recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV. Desde a aprovação provisória pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, o Brasil recebeu cerca de 47 mil doses da vacina, das quais 29 mil já foram aplicadas. A vacinação no país tem como foco prioritário grupos de risco, como pessoas vivendo com HIV/AIDS, homens cisgêneros, travestis, mulheres transexuais e profissionais de laboratório que trabalham diretamente com o vírus.

O tratamento da Mpox é centrado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações. Medidas de suporte clínico são adotadas para garantir o bem-estar dos pacientes, e estudos estão em andamento no Brasil para avaliar a eficácia do medicamento Tecovirimat no combate à doença.

Com informações da Comunicação da SES-RJ.

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