Névoa encobrindo o Centro do Rio de Janeiro | Foto: Richard Souza / AN
[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / AN]
O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (14), durante a COP30, em Belém (PA), a Infraestrutura de Dados Espaciais do Ministério da Saúde (IDE-MS), plataforma pública que reúne informações georreferenciadas sobre saúde, clima, território, vulnerabilidades e rede de serviços. A ferramenta amplia a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de analisar o território, monitorar riscos e integrar dados essenciais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, afirmou que a iniciativa é estratégica no contexto do Plano de Ação de Belém. Segundo ela, a plataforma permitirá “a geração de referências, análises territoriais e acesso a dados em tempo quase real, reunindo informações demográficas de saúde e climáticas”, contribuindo tanto para políticas públicas quanto para pesquisas.
A secretária ressaltou ainda que a IDE-MS fortalece a política nacional de saúde digital, ao ampliar a capacidade do SUS de trabalhar com dados territorializados em tempo real — condição considerada essencial para responder a emergências sanitárias e aos efeitos das mudanças climáticas com mais eficiência.
Tecnologia e integração de dados
A plataforma, que possui acesso livre e segue os padrões da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), reúne 133 camadas de dados, incluindo:
- 96 camadas de saúde, com análises epidemiológicas, redes de atenção e indicadores estratégicos;
- 15 camadas climáticas, provenientes de instituições como INPE, INMET e Cemaden;
- dados demográficos, socioambientais e territoriais integrados automaticamente;
- recortes como Amazônia Legal, biomas, áreas de risco e regiões de saúde.
Segundo o Ministério, as emergências climáticas severas registradas na região Norte, como secas extremas e isolamento de comunidades, reforçaram a necessidade de integrar informações de saúde, clima e território em um único ambiente analítico. A IDE-MS foi desenvolvida para permitir esse cruzamento automático de dados, qualificando o planejamento e fortalecendo a capacidade de resposta do SUS.
O diretor do Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde (DEMAS), Paulo Sellera, destacou que o lançamento marca o retorno do Ministério da Saúde à contribuição de dados para a INDE após quase uma década. Ele afirmou que a iniciativa retoma o papel do órgão na oferta de informações geoespaciais padronizadas para uso público e governamental.
Apoio ao planejamento e às ações de vigilância
A IDE-MS integra, em um único ambiente, dados de saúde, clima e território, permitindo identificar populações vulneráveis, monitorar riscos e apoiar decisões de vigilância em saúde. Inserida no Plano Mais Saúde Amazônia Brasil, a plataforma avança na gestão baseada em evidências e amplia a transparência das informações públicas.
O portal está disponível em: https://ide.saude.gov.br/.
Com informações do Ministério da Saúde.