Ministério da Saúde envia testes rápidos de malária para território Yanomami

[Foto: Igor Evangelista / MS]

O Ministério da Saúde iniciou, nesta sexta-feira (10/02), a distribuição de seis mil testes rápidos de malária para serem utilizados no atendimento a situação de Emergência Nacional de Saúde no território Yanomami. A malária é uma das principais doenças registrada, em adultos e crianças, no território.

De acordo com a pasta, a expectativa é de que os testes enviados sejam utilizados durante dez dias de ações dos agentes de saúde na região.

Os testes, inicialmente, deverão ser utilizados em seis pontos.

• Aurais;
• Surucucu;
• Missão Catrimani;
• Maloca Paapiú;
• Kataroa; e
• Waphuta.

Segundo o enfermeiro responsável pelo núcleo 5 de combate a doenças em eliminação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Alex Bauman, o plano foi elaborado pelo Centro de Operações de Emergência (COE) Yanomami, após o diagnóstico de casos de contaminação na região.

“Os testes rápidos foram escolhidos devido a facilidade de uso e o peso – sendo mais leve, é mais fácil viabilizar o envio para as áreas remotas”, disse Alex Bauman.

Ponto de apoio do Programa Nacional de Prevenção e Combate da Malária (PNCM), Brenda Coelho, explicou que os testes serão utilizados em sua totalidade na população dos pontos já definidos no Plano. Ela informou ainda, que mesmo aqueles pacientes que não apresentem sintomas da malária, serão testados.

“Mesmo os pacientes assintomáticos serão testados. Assim teremos uma análise mais precisa da situação nas aldeias. E o teste é simples: o agente coleta uma gota de sangue do paciente e utiliza um reagente para identidicar a doença” disse.

Ainda de acordo com Brenda Coelho, os pacientes que apresentarem recaída no tratamento da malária, poderão realizar o teste da Gota Espessa. “Esse é o teste padrão outro em nível nacional, ele é mais específico nos resultados, com número por exemplo, de parasitas gameotocitos”, finaliza.

Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional

O Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional com o objetivo de combater a desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami. A portaria foi publicada, na sexta-feira (20/01), em edição extra do Diário Oficial da União e assinada pela Ministra da Saúde, Nisia Trindade. No mesmo dia, foi instalada uma Sala de Situação para tratar a crise sanitária no local.

Equipes do Ministério da Saúde estão na região Yanomami para prestar assistência para crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos. Atualmente, mais de 30,4 mil habitantes vivem no território indígena Yanomami, considerada a maior reserva indígena do País.

O Ministério da Saúde instalou, também, um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), funcionando como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência no âmbito nacional. De acordo com o Ministério da Saúde, a coordenação do COE é de responsabilidade da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), considerando a tipologia da emergência.

A Ministra da Saúde, Nisia Trindade, informou que a situação, que ocorre, hoje, na região Yanomami é semelhante a uma epidemia e que a sociedade deve estar ciente do que está acontecendo: “No caso da saúde, nós definimos que essa situação é uma emergência sanitária de importância nacional semelhante a uma epidemia. É isso que precisa ficar claro. A Saúde está determinada a resolver as emergências. Mas a sociedade tem que estar consciente do que está acontecendo aqui”, disse.