
[Foto: Richard Souza / AN]
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) divulgou nota na noite desta terça-feira (09/09) condenando a ameaça dos Estados Unidos de aplicar sanções econômicas ou usar a força em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete réus por tentativa de golpe de Estado.
O governo brasileiro afirmou que repudia qualquer interferência externa na soberania nacional e reforçou o dever dos três Poderes de proteger a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. Segundo o comunicado, o Brasil não se intimidará por ameaças de governos estrangeiros e repudia tentativas de instrumentalização externa por forças antidemocráticas.
“O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania. O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”, disse o comunicado.
Em pronunciamento em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o julgamento no STF e destacou que o país atravessa um momento delicado, mencionando supostas ações de representantes de Bolsonaro nos EUA para criticar o Brasil.
“Ele sabe que cometeu as burrices que cometeu (…) Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil”, DISSE Lula.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou como “inadmissível” a articulação da família Bolsonaro junto aos Estados Unidos, afirmando que inclui sanções ilegais contra ministros do governo e do STF e até ameaças de intervenção para beneficiar o ex-presidente.
“Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível'”, disse Gleisi Hoffmann.
O julgamento na Primeira Turma do STF foi retomado nesta terça-feira, com votos do relator Alexandre de Moraes e do ministro Flávio Dino, ambos pela condenação de todos os réus.