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Infeções por HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro

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Pacientes que receberam transplantes de órgãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro foram confirmados como infectados pelo HIV, conforme anunciado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). O caso, descrito como “sem precedentes e inadmissível”, resultou na confirmação de infecção em dois doadores e seis receptores até o momento.

Em resposta à gravidade da situação, a SES e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriram sindicâncias para investigar e punir os responsáveis. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil também iniciaram inquéritos sobre o ocorrido.

O Ministério da Saúde reforçou a segurança do sistema de transplantes, destacando que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é reconhecido por sua transparência e rigor nas normas de proteção para doadores e receptores. O SNT, considerado o maior programa público de transplante do mundo, é financiado em aproximadamente 88% pelos recursos do SUS.

As infecções foram identificadas após testes realizados por um laboratório privado, o PCS Lab, que não detectou a presença do vírus nos órgãos doados. O laboratório foi contratado pela Fundação Saúde, sob a supervisão da SES, e teve seu serviço suspenso assim que os casos foram descobertos. Todos os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio, o Instituto Estadual de Hematologia.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu que o governo prestará toda assistência aos pacientes infectados e que uma auditoria urgente será realizada no sistema de transplante do estado. O objetivo é identificar eventuais irregularidades na contratação do laboratório responsável pelos testes.

A SES também criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados e rastrear amostras de sangue armazenadas dos doadores desde a contratação do laboratório em dezembro de 2023.

O Cremerj declarou que a situação é gravíssima e que instaurou sindicância para apurar as denúncias. O MPRJ estabeleceu um inquérito civil, e as investigações continuam sob sigilo, com abertura para ouvir as famílias afetadas.

Além disso, foi revelado que um dos sócios do PCS Lab é o marido da tia do ex-secretário de Saúde do Estado, Dr. Luizinho, que ocupou o cargo entre fevereiro e setembro de 2023. O contrato do laboratório com a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu foi encerrado em fevereiro de 2024, após a notificação sobre a interdição.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que a situação é inaceitável e determinou a celeridade nas investigações, assegurando apoio irrestrito aos pacientes afetados. Ele reiterou o compromisso em preservar a segurança do sistema estadual de transplantes, que já salvou mais de 16 mil vidas.

Com informações da Agência Brasil.

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