IBGE: Safra brasileira de grãos em 2024 tem queda de 7,2%
A produção agrícola brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas encerrou 2024 com um volume total de 292,7 milhões de toneladas, representando um recuo de 7,2% em relação à safra recorde de 2023, quando foram colhidas 315,4 milhões de toneladas. Este é o pior desempenho registrado desde 2021, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado nesta terça-feira (14/01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os dados do IBGE, mesmo com o aumento de 1,6% na área colhida, que atingiu 79 milhões de hectares, a produtividade foi impactada negativamente, principalmente devido às condições climáticas adversas. Segundo Carlos Guedes, gerente de agricultura do Instituto, atrasos no plantio da soja e eventos extremos, como enchentes no Sul e seca na segunda safra de milho, foram os principais fatores que comprometeram a produção.
“Houve um atraso no plantio da soja por problemas climáticos, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. Houve um excesso de chuvas no Sul do país, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que destruíram algumas lavouras de arroz, soja e milho 1ª safra. Isso sem contar as altas temperaturas e poucas chuvas na 2ª safra, afetando o milho e o trigo”, disse Carlos Guedes.
Principais produtos e regiões produtoras
A soja continua sendo o principal produto agrícola brasileiro, com uma produção estimada de 144,9 milhões de toneladas, seguida pelo milho (114,7 milhões) e o arroz (10,6 milhões). Esses três produtos correspondem a 92,3% do total produzido no país.
O Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, contribuindo com 31,4% do total, seguido por Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Entre as regiões, o Centro-Oeste se destaca com 49,4% da produção nacional, totalizando 144,6 milhões de toneladas.
Prognóstico para 2025
Apesar do cenário em 2024, as projeções para 2025 são otimistas. O IBGE estima um crescimento de 10,2% na safra, com produção esperada de 322,6 milhões de toneladas, superando o recorde de 2023. A recuperação será impulsionada, sobretudo, pela safra de soja, que enfrentou dificuldades em 2024.
Segundo Guedes, o avanço se deve à utilização de tecnologias modernas e ao retorno de condições climáticas favoráveis, como chuvas regulares nas principais regiões produtoras. “Os produtores conseguiram recuperar este atraso, utilizando-se de alta tecnologia. Tem chovido de forma satisfatória na maioria das regiões produtoras, o que beneficia as lavouras que estão em campo, como a soja e o milho de 1ª safra”, afirmou.
*Com informações de IBGE