Coletiva Operação Contenção | Foto: Philippe Lima / Governo do RJ
[Foto: Philippe Lima / Governo do RJ]
Foi anunciado, nesta quarta-feira (29), a criação do Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime, resultado de uma ação conjunta entre os governos estadual e federal para fortalecer o combate à criminalidade organizada no Rio de Janeiro. O anúncio ocorreu no Palácio Guanabara, durante reunião entre o governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
O novo escritório surge após a Operação Contenção, que resultou em mais de 100 mortes, na 113 prisões de e na apreensão de quase 100 fuzis nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense. O encontro teve como objetivo alinhar medidas imediatas para o enfrentamento da violência e aprimorar a cooperação entre as esferas de governo.
De acordo com o governador Cláudio Castro, o escritório simboliza um novo modelo de cooperação e resposta rápida entre Estado e União.
— Estamos unindo esforços de forma inédita para romper a barreira da burocracia, respeitando as competências de cada esfera. A segurança pública exige velocidade, inteligência e integração, e este escritório emergencial nasce para garantir que todas as forças trabalhem juntas, em ação real e imediata. O crime é nacional, e a resposta também precisa ser, para proteger a população — afirmou.
O Escritório Emergencial será coordenado por Mario Sarrubbo, Secretário Nacional de Segurança Pública (Governo Federal), e Victor dos Santos, Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Estado do RJ), tendo como foco a integração operacional entre órgãos de segurança estaduais e federais. Ele funcionará de forma articulada com duas estruturas já existentes: o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), voltado à investigação e recuperação de recursos oriundos de atividades ilícitas, e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ), responsável por operações conjuntas entre polícias e órgãos de inteligência.
O ministro Ricardo Lewandowski destacou que a medida reforça o princípio de cooperação federativa e o apoio do governo federal ao estado do Rio de Janeiro.
— Tivemos uma conversa extremamente proveitosa. A cúpula da segurança nacional apoiará integralmente o Rio de Janeiro. Vivemos um federalismo cooperativo e viemos aqui para, dentro do possível, colaborar para superarmos essa crise de segurança — declarou o ministro.
Durante a reunião, o ministro também confirmou o atendimento ao pedido do governador para transferência de líderes de facções criminosas a presídios federais de segurança máxima, como forma de desarticular a atuação dessas organizações dentro do sistema prisional. Além disso, Lewandowski anunciou o reforço de efetivos da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, bem como o envio de peritos criminais para apoiar as investigações decorrentes da Operação Contenção.
As medidas incluem ainda o fortalecimento das ações de inteligência e o intercâmbio de informações entre as forças de segurança estaduais e federais, com o objetivo de garantir maior eficácia nas investigações e nas operações estratégicas contra o crime organizado.
Participaram da reunião, além do governador e do ministro, diversas autoridades da área de segurança pública: os secretários de Estado Victor dos Santos (Segurança Pública), coronel Marcelo de Menezes (Polícia Militar), delegado Felipe Curi (Polícia Civil), Maria Rosa Lo Duca Nebel (Administração Penitenciária), Nicola Miccione (Casa Civil) e coronel Tarciso Salles (Defesa Civil). Pelo governo federal, estiveram presentes o secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Souza.
Com a criação do Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime, o Rio de Janeiro passa a contar com um novo canal de articulação direta com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, voltado a acelerar respostas a situações críticas e a integrar esforços contra o crime organizado, em especial o tráfico de armas e drogas que atua nas comunidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Com informações da Comunicação do Governo do RJ.