[Foto: Ilustrativa / LensGO]
Em 3 de dezembro de 2025, no horário de Pequim, a empresa chinesa LandSpace realizou o lançamento do foguete Zhuque-3 Y1 a partir da Zona de Testes de Inovação Aeroespacial Comercial de Dongfeng. Segundo informações divulgadas pela companhia, o veículo completou com sucesso sua missão de voo e o segundo estágio entrou na órbita prevista.
A LandSpace afirma que o Zhuque-3 representa uma nova geração de foguetes reutilizáveis de baixo custo, alta capacidade e alta frequência de lançamentos, movidos a oxigênio-metano líquido e desenvolvidos para atender principalmente à implantação de constelações de satélites em larga escala. O modelo utiliza configuração de dois estágios, ambos com 4,5 metros de diâmetro, carenagem de 5,2 metros, 66,1 metros de comprimento total e cerca de 560 toneladas de massa na decolagem. O empuxo informado é de 7542 kN, obtido por motores da série Tianque, produzidos pela própria empresa.
O primeiro estágio emprega nove motores Tianque 12A em paralelo e foi projetado para pouso vertical e reutilização por até 20 missões. O segundo estágio utiliza o motor Tianque 15A, otimizado para operação em vácuo. De acordo com a LandSpace, quando atingir maturidade operacional, o Zhuque-3 deverá ser capaz de colocar ao menos 18 toneladas em órbita baixa, mesmo em missões com recuperação do primeiro estágio.
Durante o voo, a empresa relatou que etapas como decolagem, separação dos estágios, ignição do motor do segundo estágio, separação da carenagem e manobras de voo inercial ocorreram conforme o planejado. Ainda segundo a companhia, a missão também serviu para testar a tecnologia de retorno e pouso do primeiro estágio, mas essa fase não obteve êxito. Dados iniciais apontam que teria ocorrido uma anomalia após a ignição do motor durante a manobra de pouso, o que impediu o toque suave na plataforma destinada à recuperação. Os destroços teriam caído na borda da área de pouso. A causa está em investigação.
A LandSpace divulgou que o voo permitiu validar uma série de avanços tecnológicos considerados estratégicos para o programa. Entre eles, a adoção de um novo desenho estrutural do primeiro estágio, desenvolvido para reduzir o consumo de propelente na reentrada; o uso integrado de nove motores oxigênio-metano em paralelo no primeiro estágio; e o emprego de tanques de aço inoxidável de alta resistência fabricados com soldagem a laser, processo que, segundo a empresa, reduz significativamente custos e prazos de produção.
Também foram mencionados progressos em tecnologias de navegação e controle para retorno de alta precisão, além da implementação de um sistema eletrônico integrado e distribuído, suportado por uma plataforma de comunicação em alta velocidade baseada em Ethernet Powerlink. A companhia afirma que esse novo arranjo amplia a capacidade de processamento e a confiabilidade dos sistemas embarcados.
Apesar da falha na tentativa de recuperação do primeiro estágio, a LandSpace classificou o voo orbital como um marco para o desenvolvimento do Zhuque-3 e para o uso de propelentes oxigênio-metano em veículos reutilizáveis no país.