
[Foto: Ilustrativa / LensGO]
O Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira (27/06), aponta que a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) segue elevada na maioria dos estados brasileiros. A análise é referente à Semana Epidemiológica 25, de 15 a 21 de junho. De acordo com o levantamento, os principais responsáveis pelo aumento de hospitalizações são o vírus da influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR).
Segundo o boletim, 12 das 27 unidades da Federação apresentam níveis de alerta, risco ou alto risco com tendência de crescimento nos casos de SRAG: Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe. O Tocantins é o único estado com queda significativa, atingindo um patamar considerado seguro.
Ainda de acordo com a Fiocruz, apesar de algumas unidades da federação, como Distrito Federal, São Paulo e Espírito Santo, já apresentarem sinais de estabilização ou queda no número de casos, o cenário geral permanece de atenção. O VSR tem elevado as hospitalizações especialmente entre crianças pequenas, enquanto a influenza A atinge todas as faixas etárias.
Casos laboratoriais por vírus respiratórios (últimas 4 semanas)
Casos positivos
- 45,6% foram causados por Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
- 37,5% por Influenza A
- 19,2% por Rinovírus
- 1,6% por Sars-CoV-2 (Covid-19)
- 0,9% por Influenza B
Óbitos
- 75,4% foram associados à Influenza A
- 13,4% ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
- 8,9% ao Rinovírus
- 3,4% ao Sars-CoV-2 (Covid-19)
- 1,3% à Influenza B
O boletim ressalta que, embora já haja tendência de queda nacional nas curvas de curto e longo prazo, os índices de incidência continuam elevados. Entre crianças e idosos, o número de hospitalizações permanece alto em várias regiões, especialmente no Sul, Norte e Nordeste.
“Diante da alta de hospitalizações por influenza, a gente continua pedindo, às pessoas que não se vacinaram contra o vírus, que tomem a vacina o quanto antes. Outra orientação importante é que a população adote alguns cuidados extras nesta época, como uso de máscaras em postos de saúde, locais mais fechados e com maior aglomeração de pessoas. Além disso, é importante também adotar uma etiqueta respiratória, como higienizar às mãos com água e sabão ao longo do dia, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir e espirrar e utilizar máscaras em caso de coriza ou tosse”, recomendou a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe.
A plataforma InfoGripe é uma iniciativa do Sistema Único de Saúde (SUS) que acompanha a evolução da SRAG no país, com o objetivo de auxiliar as autoridades de saúde na definição de medidas de prevenção e resposta.
Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro contabilizou 9.140 internações e 676 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) até o dia 23 de junho de 2025. De acordo com dados do Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ), da Secretaria de Estado de Saúde, os números permanecem acima da média histórica, com maior impacto entre crianças de 1 a 5 anos e idosos.
Na Semana Epidemiológica 25, que compreende o período de 15 a 21 de junho, foram estimadas 1.127 internações por SRAG, quase três vezes acima da média esperada para o período, que era de 420 casos, evidenciando a circulação intensa de vírus respiratórios no estado.
Entre os vírus responsáveis pelas hospitalizações, o vírus sincicial respiratório é o mais frequente em crianças, enquanto a Influenza A, subtipo H1N1, predomina entre os idosos desde março de 2025. Apesar de ambos apresentarem sinais iniciais de redução nas últimas semanas, a circulação ainda é considerada expressiva, segundo informou a secretaria.
Em relação à vacinação contra a gripe, o estado do Rio de Janeiro aplicou, desde o início da campanha em abril, 2.264.321 doses da vacina. Deste total, 1.111.785 foram destinadas ao público prioritário, o que representa apenas 24% da cobertura esperada, bem abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde. Algumas regiões, como o Médio Paraíba, apresentaram melhor desempenho, enquanto áreas da Baixada Litorânea e Metropolitana I registraram índices baixos de vacinação..
*Com informações de Fiocruz