Fé, emoção e arte marcaram a tradicional encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo
[Foto: Aline / GE]
Na noite da Sexta-feira Santa (18), a cidade de Araruama foi palco de uma das manifestações de fé mais tradicionais e emocionantes da Região dos Lagos: a encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. O espetáculo, que já faz parte do calendário cultural e religioso do município, foi realizado na cascata do Parque Menino João Hélio e atraiu centenas de pessoas.
Com mais de 25 anos de tradição, a peça é promovida pelo grupo teatral Artistas de Deus, da Paróquia de São Sebastião, e conta com o apoio da Prefeitura. Neste ano, cerca de 100 voluntários participaram da encenação, que retrata os momentos finais da vida de Jesus Cristo, desde a paixão e julgamento até sua morte e ressurreição.
A direção e o texto da peça são assinados por Claudete Resende, que também coordena o grupo teatral. Segundo ela, a inspiração vem de anos de estudo dos evangelhos. “Cada ano é uma emoção diferente. Nunca é igual”, afirmou Claudete, destacando que a emoção transmitida pelos artistas também se renova a cada apresentação: “A emoção que eles passam na apresentação, sempre é diferente”.
O trabalho intenso nos bastidores, com meses de preparação e ensaios, resulta em um espetáculo marcado pela fé, pela emoção e pela reflexão sobre o amor divino. “Esse momento que a gente teve aí, só isso já é muita alegria. E ver essa praça hoje lotada… Você via a emoção nas pessoas. Você via que as pessoas estavam felizes”, disse a diretora.
O público superou muito as 600 cadeiras disponibilizadas no local, ocupando grande parte da área do Parque Menino João Hélio. Muitos assistiram em pé, mas permaneceram atentos do início ao fim, acompanhando a apresentação em silêncio, comovidos pela representação. Diversos espectadores se emocionaram a ponto de chorar, e alguns, ao relatarem a experiência após o espetáculo, voltaram às lágrimas.
Cristiane Conceição, evangélica que assistiu a encenação disse: “Amei. Amamos. Meu grupo aqui de amigos, meu esposo e nós amamos. Ficamos muito emocionados. Bastante. Cada cena agente arrepiava. Nós somos evangêlicos. E, gente, foi surreal. Foi muito bom. Estão de parabéns. Para os artistas que participaram da encenação, Cristiane deixou a seguinte mensagem: “Continuem propagando a mensagem, o nome de Jesus. E eu acredito que impactou muita gente aqui, tanto evangêlicos, católicos, não evangélicos, não católicos, porque foi maravilhoso. Foi maravilhoso. Que Deus abençoe cada um de vocês.“
Deise Matos Vieira Santos, também comentou a experiência de assistir a encenação pela primeira vez. Para nossa equipe ela disse: “A gente veio para passear e chegamos no momento que estava começando a peça e a gente pôde parar e ter esse momento maravilhoso.“. Ainda comentando sobre a emoção de assistir a encenação, ela complementou: “Quando Ressuscitou eu falei assim: meu Jesus está vivo. Jesus tem que renascer todos os dias em nossas vidas, Ressussitar em nós“.
Muito emocionada, Luiza Maria Soares Chagas conversou conosco sobre a experiência de assistir a encenação. Tratando os artistas como seus irmão de fé, ela disse que seus irmãos fizeram apresentaram uma encenação que seria impossível fazer melhor. E complementou falando da emoção que é pra ela falar de Jesus, que não apenas fez por nós, como continua fazendo. Direcionando-se aos artistas que participaram da encenação, ela deixou a seguinte mensagem: “Meus irmão, obrigada! Só isso que eu posso dizer para vocês. Muito obrigada! Que Jesus e Maria abençoem todos“.
O menino Bernardo da Conceição, de 8 anos de idade, também fez questão de falar sobre a peça. O que Bernardo mais gostou foi a peça contar a história, mas deixou claro que os romanos não deviam ter tratado Cristo assim.
Alexandro Oliveira, falou sobre o significado da encenação: “O significado da peça é isso, tocar cada coração de cada pessoa, através da Palavra e do que aconteceu com Jesus”. E para os artistas disse: “Voltem sempre! Todos precisam daquele momento, daquele toque de Jesus”.
Para a diretora, o mais importante é manter viva a mensagem central da fé cristã. Sobre as pessoas que assistiram a encenação, com o brilho nos olhos de quem ama o que que faz, ela afirmou: “Elas vieram pra ver a gente trazer essa lembrança desse amor de Jesus por nós”.
“Não é respirar aliviada. É respirar com alegria, com amor, com a certeza que a presença do Senhor estava no nosso meio”, afirmou Claudete, ao ser perguntada sobre o alívio de ter sido sucesso.
A encenação foi aberta ao público e teve entrada gratuita, como ocorre tradicionalmente todos os anos.