
Motoboy trabalhando | [ Foto: Imagem Ilustrativa / Google Gemini
[Foto: Imagem Ilustrativa / Google Gemini]
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) anunciou a criação de uma central de denúncias destinada a recebimento de relatos sobre agressões físicas, ameaças, assédio e outras violações de direitos sofridas por entregadores, motoristas e prestadores de serviço que atuam em plataformas digitais.
A presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, deputada Dani Balbi (PCdoB), explicou que a medida é uma resposta ao aumento de episódios de violência e criminalização desses profissionais, citando, entre os casos recentes, um entregador que foi baleado por um policial penal na Taquara.
Segundo Balbi, o objetivo é “dar visibilidade a situações de violência que muitas vezes não chegam às autoridades”. Ela destacou que trabalhadores que garantem alimentação e mobilidade na cidade não podem permanecer “expostos a agressões e humilhações”, e que o disque-denúncia permitirá registrar, acompanhar e encaminhar os casos, “fortalecendo a proteção da categoria”.
Além disso, a Comissão de Trabalho pretende produzir relatórios periódicos com base nas denúncias recebidas. Esses documentos servirão de subsídio para a criação de novas leis e políticas públicas voltadas à proteção de entregadores, motoristas e demais prestadores de serviços de plataformas digitais.
O disque-denúncia funciona pelo número (21) 98261-6266, e, segundo informou a ALERJ, os casos registrados serão encaminhados aos órgãos competentes para providências legais.
Caso recente
A ação da ALERJ acontece menos de uma semana após um policial penal atirar no pé de um entregador do iFood, Valério Souza Junior, na noite de sexta-feira (29/08), em Jacarepaguá, zona Oeste do Rio de Janeiro. O motoboy publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o momento da discussão e o disparo.
De acordo com Valério, a confusão começou quando ele se recusou a subir no apartamento do policial para entregar o pedido. Nas imagens, Ferrarini aparece armado e, antes de atirar, afirma: “você não subir é uma parada”. Após o disparo, o entregador pede socorro e é socorrido pelo Corpo de Bombeiros.
O entregador comentou nas redes sociais:”infelizmente estamos acostumados a ver isso apenas em televisão. Até acontecer com nós mesmos. Que a justiça seja feita!!”.
Dois dias após o ocorrido, policiais civis da 32ª DP (Taquara), em ação conjunta com a Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) prenderam o policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, autor do disparo contra um entregador.
A 32ª DP informou que recolheu a arma do policial para perícia e representou pela prisão preventiva, deferida pela Justiça. O agente se apresentou na Cidade da Polícia após negociação com os policiais, quando o mandado foi cumprido.
A investigação sobre o caso permanece em andamento.
*Com informações de ALERJ