Bandeiras do Brasil e da China | Foto: Richard Souza / FN
[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / FN]
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, apresentou, em 4 de novembro, uma análise aprofundada da Iniciativa para a Governança Global proposta pelo presidente Xi Jinping. O discurso foi feito durante a mesa-redonda on-line “Diálogo do Sul Global: Iniciativa para Governança Global e Novas Perspectivas de Cooperação”, que reuniu autoridades e especialistas para debater desafios internacionais e caminhos para fortalecer a cooperação entre países em desenvolvimento.
A seguir, os principais pontos do pronunciamento do embaixador, conforme divulgado oficialmente.
Iniciativa para a Governança Global
Zhu Qingqiao destacou que o mundo vive “mudanças profundas e aceleradas” e enfrenta déficits de paz, segurança, desenvolvimento e governança. Segundo ele, a iniciativa proposta por Xi Jinping apresenta princípios e métodos para reformar o sistema global, oferecendo “sabedoria e soluções chinesas” para um cenário marcado pela instabilidade internacional.
O embaixador afirmou que a proposta está alinhada à multipolarização e à globalização econômica, respondendo aos anseios dos povos por paz e cooperação. De acordo com sua fala, trata-se de “uma importante inovação teórica e prática” reconhecida internacionalmente.
Relações China–Brasil
Zhu ressaltou a convergência entre China e Brasil em temas multilaterais e a condição de ambos como grandes países do Sul Global. Ele lembrou que, sob a liderança dos presidentes Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, as relações bilaterais vivem “seu melhor momento histórico”.
O discurso destacou:
- o fortalecimento da confiança estratégica;
- o avanço da cooperação econômica, incluindo energia, agricultura, infraestrutura e novas áreas como economia digital e inteligência artificial;
- a ampliação dos intercâmbios culturais e acadêmicos;
- a concertação em fóruns multilaterais, com apoio chinês às presidências brasileiras do G20, BRICS e COP30.
Ações conjuntas na governança global
O embaixador afirmou que a reforma do sistema global é “uma tendência irreversível”, embora ainda enfrente desafios. Ele defendeu o trabalho conjunto com o Brasil para implementar a iniciativa chinesa e fortalecer a atuação do Sul Global.
Entre os pontos destacados:
- defesa de soluções pacíficas por meio do diálogo em conflitos como Ucrânia e Palestina;
- apoio ao sistema multilateral de comércio baseado na OMC;
- combate a barreiras comerciais e tecnológicas;
- proteção aos direitos dos países em desenvolvimento e às cadeias globais de suprimentos;
- cooperação em mudanças climáticas, inteligência artificial e inovação industrial;
- defesa de reformas na ONU, no Conselho de Segurança, no Banco Mundial, no FMI e no mecanismo de solução de controvérsias da OMC.
Zhu concluiu reiterando que a ordem internacional deve ser centrada na ONU e guiada pelo direito internacional, ressaltando a necessidade de modernização das instituições multilaterais para torná-las mais representativas e eficazes.
Com informações da comunicação da Embaixada da República Popular da China no Brasil.