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Dono da 123milhas depõe na CPI das Pirâmides Financeiras e fala sobre suspensão de passagens aéreas promocionais

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[Foto: Richard Souza / AN]

Ramiro Madureira, um dos proprietários da empresa 123milhas, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (6). Ele informou que a empresa teve que suspender a emissão de passagens aéreas da linha promocional, que começou em abril de 2022, devido a um comportamento inesperado dos preços das passagens. Madureira afirmou que esperava que os custos diminuíssem com o tempo, à medida que a empresa ganhasse eficiência em sua operação tecnológica e à medida que o mercado de aviação se recuperasse da pandemia. No entanto, o mercado permaneceu em alta temporada, afetando negativamente os fundamentos da empresa.

Ele destacou que a linha promocional dependia de um fluxo contínuo de novas compras no site, que acabou sendo menor do que o esperado. A empresa suspendeu a venda de passagens e pacotes da linha promocional em 18 de agosto e, como resultado das reações negativas dos consumidores e autoridades, entrou com um pedido de recuperação judicial para manter o negócio funcionando.

Madureira também mencionou que confia na continuidade da empresa e que é crucial que a 123milhas continue operando para ressarcir os cerca de 150 mil consumidores que tinham planos de viajar em 2023, conforme o plano de recuperação a ser discutido com os credores. A empresa também pretende incluir no plano os clientes que compraram passagens para 2024, embora não tenha especificado quantos são.

A próxima semana contará com uma reunião entre a empresa e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça para negociar um acordo de compensação aos clientes, com prioridades para aqueles que têm necessidades especiais, como viagens por motivos de saúde.

Ramiro Madureira também esclareceu que a dependência de novas receitas não estava relacionada à linha promocional, mas aos demais produtos vendidos pela empresa. Além disso, afirmou que haverá mais demissões nas empresas do grupo, que atualmente empregam cerca de 1.300 funcionários, com cerca de 400 demissões durante a crise atual.

Durante a audiência, o empresário optou por não responder a algumas perguntas com base em um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe dá o direito de não responder a qualquer pergunta que possa incriminá-lo.

O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, também questionou a venda de milhas por parte dos clientes para a empresa Hotmilhas, que é afiliada ao grupo. Ribeiro leu e-mails que sugeriam que os clientes não revelassem à companhia aérea que haviam vendido suas milhas para terceiros.

Tânia Madureira, dona da Hotmilhas, não comentou diretamente o tema, mas afirmou que as companhias aéreas não permitem a venda de milhas e que chegaram a entrar na justiça contra a Hotmilhas, embora esta última tenha obtido ganho de causa.

Max Oliveira, fundador da Maxmilhas, também depôs na CPI e esclareceu que vendeu a empresa para a Novum, que controla a 123milhas, em 2022. Atualmente, ele atua como diretor-executivo da Maxmilhas em um contrato de prestação de serviços, e a empresa opera de forma independente.

Com informações da Agência Câmara de Notícias.

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