
A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025, o menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta é a primeira divulgação da Pnad Contínua com dados reponderados conforme as estimativas populacionais atualizadas com base no Censo Demográfico de 2022. A atualização foi realizada para garantir maior precisão nas estimativas, segundo o IBGE.
A redução foi de 1,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 p.p. em comparação com o mesmo período de 2024 (6,9%). A queda no desemprego foi acompanhada por recordes em diversos indicadores do mercado de trabalho.
A população ocupada chegou a 102,3 milhões de pessoas, o maior número já registrado. Em relação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 1,8 milhão de pessoas (1,8%). Na comparação anual, o aumento foi de 2,4 milhões (2,4%).
O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar) alcançou 58,8%, repetindo o recorde anterior, de novembro de 2024. Houve alta de 0,9 p.p. no trimestre e de 1,0 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior.
A força de trabalho — que soma ocupados e desocupados — também foi recorde, totalizando 108,6 milhões de pessoas. O crescimento foi de 0,5% em relação ao trimestre anterior (mais 492 mil pessoas) e de 1,2% frente ao segundo trimestre de 2024 (mais 1,3 milhão de pessoas).
Subutilização e desalento
A taxa composta de subutilização caiu para 14,4%, a menor da série histórica. O índice recuou 1,5 p.p. no trimestre e 2,0 p.p. em relação ao ano anterior. A população subutilizada — que inclui desocupados, subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial — foi de 16,5 milhões, com queda de 9,2% no trimestre e de 11,7% no ano.
A população desalentada chegou a 2,8 milhões de pessoas, o menor número desde 2016. A queda foi de 13,7% no trimestre (menos 436 mil pessoas) e de 14,0% no ano (menos 449 mil pessoas).
Emprego com carteira e setor público
O número de empregados no setor privado foi de 52,6 milhões, alta de 1,3% no trimestre (mais 696 mil) e de 2,7% no ano (mais 1,4 milhão).
O número de empregados com carteira assinada (39 milhões) também foi recorde, com crescimento de 0,9% no trimestre e de 3,7% na comparação anual. Os empregados sem carteira no setor privado somaram 13,5 milhões, com alta de 2,6% no trimestre e estabilidade no ano.
O setor público registrou 12,8 milhões de trabalhadores, maior número da série histórica, com crescimento de 5,0% (mais 610 mil) no trimestre e de 3,4% (mais 423 mil) no ano.
Trabalho por conta própria e informalidade
Os trabalhadores por conta própria somaram 25,8 milhões, também recorde da série. O número cresceu 1,7% no trimestre (mais 426 mil) e 3,1% no ano (mais 767 mil).
A taxa de informalidade ficou em 37,8%, frente a 38,0% no trimestre anterior e 38,7% no mesmo trimestre de 2024. Isso corresponde a 38,7 milhões de trabalhadores informais.
Rendimento e massa salarial
O rendimento real habitual foi estimado em R$ 3.477, maior valor já registrado. Houve aumento de 1,1% frente ao trimestre anterior (R$ 3.440) e de 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024 (R$ 3.367).
A massa de rendimentos chegou a R$ 351,2 bilhões, também um recorde. O crescimento foi de 2,9% (mais R$ 9,9 bilhões) no trimestre e de 5,9% (mais R$ 19,7 bilhões) no ano.
Grupos de atividade
No trimestre, houve crescimento no grupo de administração pública, educação, saúde e serviços sociais (4,5%, ou mais 807 mil pessoas). Frente ao mesmo período de 2024, aumentos foram registrados nos seguintes setores:
- Indústria geral: +4,9% (mais 615 mil pessoas)
- Comércio e reparação: +3,0% (mais 561 mil)
- Transporte e armazenagem: +5,9% (mais 331 mil)
- Informação e atividades financeiras e administrativas: +3,8% (mais 483 mil)
- Administração pública e serviços sociais: +3,7% (mais 680 mil)
Rendimento por grupamento e posição na ocupação
Na comparação trimestral, o rendimento cresceu no comércio (+2,6%, ou mais R$ 72). Em relação ao segundo trimestre de 2024, houve aumentos em:
- Agricultura e pesca: +7,0% (R$ 144)
- Construção: +5,8% (R$ 148)
- Comércio: +3,3% (R$ 92)
- Serviços financeiros e administrativos: +4,7% (R$ 220)
- Serviços domésticos: +4,1% (R$ 53)
O rendimento médio também aumentou nas seguintes posições:
- Empregados com carteira: +2,2% (R$ 68)
- Sem carteira: +7,9% (R$ 180)
- Domésticos: +4,1% (R$ 53)
- Conta própria: +5,3% (R$ 146)
*Com informações de IBGE