Copom eleva taxa Selic para 13,25% ao ano
[Foto: Leonardo Sá / Agência Senado]
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (29/01), elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi tomada em resposta à persistência da inflação acima da meta e ao cenário econômico desafiador, tanto no Brasil quanto no exterior.
Segundo o Copom, a política monetária mais contracionista busca conter as pressões inflacionárias e assegurar a convergência da inflação para a meta estabelecida. O Comitê também indicou que, caso o cenário atual se confirme, um novo aumento da mesma magnitude pode ocorrer na próxima reunião.
O ambiente externo segue desafiador, influenciado principalmente pela política econômica dos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, mantém postura cautelosa, o que impacta a condução da política monetária em países emergentes, como o Brasil.
No cenário doméstico, os indicadores de atividade econômica e mercado de trabalho demonstram dinamismo. Entretanto, a inflação continua acima da meta, com elevação nas projeções para os próximos anos.
Projeções de inflação
A pesquisa Focus aponta que as expectativas de inflação para 2025 e 2026 subiram para 5,5% e 4,2%, respectivamente. No cenário de referência do Copom, a projeção para o terceiro trimestre de 2026 é de 4,0%.
O Comitê destacou a existência de riscos altistas para a inflação, como:
- Possível desancoragem das expectativas inflacionárias;
- Resiliência da inflação de serviços devido ao aquecimento da economia;
- Pressões externas e internas que possam manter o câmbio depreciado.
Entre os fatores que podem reduzir a inflação, o Copom citou uma eventual desaceleração da economia doméstica além do esperado e um cenário global menos inflacionário.
O Comitê reforçou que acompanha de perto os desdobramentos da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária e os ativos financeiros. A percepção do mercado sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida pública continua influenciando o câmbio e as expectativas inflacionárias.
A decisão de elevar a Selic foi unânime entre os membros do Copom. O Comitê reiterou seu compromisso com a estabilidade de preços e destacou que o ciclo de alta dos juros será definido de acordo com a evolução da inflação, das expectativas do mercado e dos indicadores econômicos.
*Com informações de BC
