
Luiz Inácio Lula da Silva, na Cúpula do Clima 2025 | Foto: Manuel Elías / UN Photo
[Foto: Manuel Elías / UN Photo]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (24/09), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que o sucesso da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), marcada para ocorrer em Belém do Pará entre 10 e 24 de novembro, depende do compromisso dos Estados-membros em reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. Durante a Cúpula do Clima, realizada à margem do Debate Geral da Assembleia Geral da ONU, Lula ressaltou que as decisões políticas dos países sobre a mitigação da mudança climática são determinantes para enfrentar o aquecimento global e prevenir catástrofes climáticas.
O presidente brasileiro classificou a COP30 como a “COP da verdade” e enfatizou que os líderes globais precisarão decidir se confiam ou não na ciência climática. Lula afirmou que, caso não sejam tomadas medidas concretas, a confiança da sociedade nos governantes poderá ser abalada, prejudicando esforços de combate ao aquecimento global e enfraquecendo o multilateralismo e a democracia.
Lula destacou ainda que a reunião internacional é uma oportunidade de ação, e não de resignação. Ele questionou se, a menos de 50 dias do evento em Belém, os países estarão preparados e com suas obrigações climáticas cumpridas. O presidente reforçou que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), definidas por cada país para reduzir emissões, constituem uma obrigação que ainda não foi integralmente cumprida por todos os membros da ONU.
“Hoje, os países aqui reunidos estão cumprindo seu dever. Mas há outros que ainda não o fizeram. O negacionismo que enfrentamos não é apenas climático. É também multilateral. Ninguém está a salvo dos efeitos da mudança do clima. Muros nas fronteiras não vão conter secas, nem tempestades. A natureza não se curva a bombas, nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro”, afirmou Lula.

O presidente brasileiro também ressaltou o papel do Acordo de Paris, firmado em 2015, na definição de compromissos de corte de emissões e financiamento da mitigação climática. Segundo Lula, o acordo é fundamental para evitar um aumento de quatro graus na temperatura média global e oferece um caminho para a transição energética e a transformação tecnológica comparável à Revolução Industrial. Ele lembrou que, assim como a humanidade conseguiu proteger a camada de ozônio, é possível deter o aquecimento global, desde que haja ação coordenada e compromisso dos países.
A delegação brasileira na Cúpula do Clima contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; do presidente da COP30, André Corrêa do Lago; da CEO Ana Toni; do representante do Brasil para o G20, Mauricio Lyrio; além de outros integrantes do governo.
Durante o evento, o primeiro chefe de Estado a discursar após Lula foi o presidente da China, Xi Jinping, que anunciou novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2035 e o aumento do uso de energias limpas, incluindo solar.
A COP30 será a primeira edição da conferência sediada na Amazônia e, de acordo com Lula, o sucesso da reunião depende do cumprimento das metas estabelecidas e do engajamento global para a transição energética, redução de emissões e preservação ambiental.
Com informações da ONU.