
Dinheiro e calculadora | Imagem: Ilustrativa / Google Gemini
[Imagem: Ilustrativa / Google Gemini]
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira queda desde agosto de 2024 (-0,02%) e a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,29%).
Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados até julho, mas ainda acima da meta definida pelo governo, de até 4,5%.
Energia elétrica puxa queda
O principal fator para o índice negativo foi a redução de 4,21% na conta de luz, resultado do chamado Bônus de Itaipu, que beneficiou cerca de 80,8 milhões de consumidores. O item representou impacto de -0,17 ponto percentual no IPCA. Com isso, o grupo habitação caiu 0,90%, maior recuo para um mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.
O IBGE informou que a devolução desse desconto deve ocorrer em setembro, já que as próximas faturas não contarão mais com a bonificação.
Alimentação e transportes
O grupo alimentação e bebidas caiu 0,46% pelo terceiro mês seguido, acumulando baixa de 0,91% no período. Os destaques foram tomate (-13,39%), manga (-18,40%), mamão (-10,9%), batata-inglesa (-8,59%) e cebola (-8,69%). Já a alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,87% em julho para 0,50% em agosto.
Nos transportes, a queda foi de 0,27%, influenciada pelas passagens aéreas (-2,44%) e pelos combustíveis (-0,89%). A gasolina recuou 0,94% em média, com impacto de -0,05 p.p. no índice, após o aumento da mistura obrigatória de etanol de 27% para 30% na composição do combustível.
Outros grupos
Também tiveram deflação comunicação (-0,09%) e artigos de residência (-0,09%). Entre as altas, destaque para educação (0,75%), com reajuste em mensalidades escolares e cursos, e vestuário (0,72%).
Meta de inflação
O IPCA mede a variação de preços para famílias com renda entre um e 40 salários mínimos (atualmente em R$ 1.518). Desde 2025, a meta de inflação é avaliada em períodos móveis de 12 meses. O intervalo de tolerância é de 1,5% a 4,5%.
IPCA – Agosto de 2025
Inflação oficial: -0,11% (primeira deflação desde ago/2024)
Acumulado em 12 meses: 5,13% (abaixo dos 5,23% em julho, mas acima da meta de até 4,5%).
Setores em agosto
Habitação
-0,90% (impacto de -0,17 p.p.)
- Conta de luz: -4,21%
Alimentação e bebidas
-0,46% (3ª queda seguida, acumulado -0,91% em 3 meses)
- Dentro de casa: -0,83%
- Fora de casa: +0,50%
Transportes
-0,27%
- Passagens aéreas: -2,44%
- Combustíveis: -0,89%
- Gasolina: -0,94% (impacto -0,05 p.p.)
- Etanol: -0,82%
- Gás veicular: -1,27%
- Diesel: +0,16%
Educação
+0,75% (maior para agosto desde 2016)
- Ensino superior: +1,26%
- Fundamental: +0,65%
- Cursos diversos: +0,91% (idiomas +1,87%)
Saúde e cuidados pessoais
+0,54%
Vestuário
+0,72%
Despesas pessoais
+0,40%
Comunicação
-0,09% (impacto nulo)
Artigos de residência
-0,09% (impacto nulo)
Índice de difusão
Percentual de subitens em alta: 57% em agosto (50% em julho).
No grupo alimentos: caiu de 50% para 47%.
Serviços e preços monitorados
- Serviços: +0,59% → +0,43%
- Preços monitorados: +0,67% → +0,61%
Alimentos em queda (dentro de casa)
- Manga: -18,40%
- Tomate: -13,39%
- Mamão: -10,90%
- Batata-inglesa: -8,59%
- Cebola: -8,69%
- Arroz: -2,61%
- Café moído: -2,17%
*Com informações de IBGE