Donald Trump (arquivo) | Foto: Andrea Hanks / Official White House
[Foto: Ilustrativa / Andrea Hanks / Official White House]
O Comitê de Supervisão e Responsabilidade da (Oversight Committee) Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (House Oversight Committee) divulgou nesta quarta-feira (12/11) uma nova leva de documentos obtidos a partir do espólio de Jeffrey Epstein. Os arquivos incluem três e-mails inéditos, trocados entre Epstein, Ghislaine Maxwell e o escritor Michael Wolff, que mencionam o ex-presidente Donald Trump e levantam novas questões sobre o possível conhecimento dele a respeito dos crimes de tráfico sexual pelos quais Epstein era investigado.
A publicação foi feita pelo grupo de parlamentares democratas do comitê, liderado pelo deputado Robert Garcia, que afirmou em nota que as correspondências “representam mais um golpe contra o encobrimento do caso Epstein pela Casa Branca” e “levantam questões sobre o que mais o governo pode estar ocultando a respeito da relação entre Epstein e o ex-presidente”.
De acordo com o comunicado oficial, as mensagens fazem parte de um conjunto de 23 mil documentos liberados pelo espólio de Epstein e que estão sendo analisados pelo comitê. Os e-mails datam de 2011 a 2019 e incluem referências diretas a Trump.
Em um dos e-mails trocados com Ghislaine Maxwell, datado de 2011, Epstein escreve que Donald Trump “passou horas em minha casa com uma vítima de tráfico sexual”, referindo-se a ele como “o cachorro que não latiu”.
Em outra mensagem, enviada ao autor Michael Wolff em 2019, Epstein afirma explicitamente que “Trump sabia sobre as garotas, pois pediu a Ghislaine para parar”. Já em um terceiro e-mail, de 2015, também trocado com Wolff, os dois discutem uma possível resposta que Trump daria a uma entrevista da CNN sobre o relacionamento com Epstein. Wolff escreve que, caso o então candidato negasse ter estado “no avião ou na casa”, Epstein teria um “valioso capital de relações públicas e político”.
Os trechos foram reproduzidos no site oficial do comitê, acompanhados de links para os arquivos redigidos, hospedados no domínio institucional da Câmara.
O deputado Robert Garcia, que lidera os democratas no Comitê de Supervisão, declarou no comunicado que “quanto mais Donald Trump tenta encobrir os arquivos de Epstein, mais descobrimos”. Ele também pediu que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos libere integralmente os chamados “Epstein files” ao público, afirmando que o comitê “não vai parar até que se faça justiça às vítimas”.
Os documentos divulgados são parte de uma investigação em andamento sobre a extensão das conexões políticas e financeiras de Jeffrey Epstein, que morreu sob custódia federal em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual de menores.
Segundo o texto oficial, o objetivo da divulgação é “assegurar transparência e responsabilização pública diante das evidências sobre a rede de influência e abuso associada ao caso”.
A equipe democrata do comitê informou ainda que continuará revisando o restante dos 23 mil arquivos fornecidos pelo espólio de Epstein e que novas revelações poderão ser divulgadas nas próximas semanas.
Trump manifestou-se sobre a divulgação dos emails em sua rede social
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta quarta-feira (12/11) à divulgação de e-mails inéditos de Jeffrey Epstein pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes (House Oversight Committee), classificando o caso como uma “farsa” e acusando o Partido Democrata de tentar desviar a atenção de seus próprios fracassos políticos.
Em sua rede social, Truth Social, Trump escreveu:
“Os democratas estão tentando trazer de volta a farsa de Jeffrey Epstein porque farão qualquer coisa para desviar a atenção do desastre que causaram com o fechamento do governo e tantos outros assuntos. […] Somente um republicano muito ruim ou estúpido cairia nessa armadilha.”
O ex-presidente também afirmou que os democratas “custaram ao país US$ 1,5 trilhão com suas ações recentes” e acusou o partido de colocar “muitos americanos em risco”. Segundo Trump, as tentativas de retomar o caso Epstein fazem parte de uma estratégia para encobrir “as falhas massivas dos democratas”, incluindo o chamado shutdown (paralisação do governo federal dos EUA).
“Em outras palavras, os democratas estão usando a farsa de Jeffrey Epstein para tentar desviar a atenção de suas falhas massivas, em particular a mais recente — o fechamento do governo!”, escreveu.
A reação de Trump ocorre um dia após a publicação de três e-mails inéditos obtidos a partir do espólio de Epstein.
Confira, a seguir, a publicação do presidente Donald Trump: