
[Foto: Aline Souza / FN]
Dados do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (27/06), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma que as brasileiras estão tendo menos filhos e adiando a maternidade. A taxa de fecundidade total (TFT), que representa a média de filhos por mulher entre 15 e 49 anos, caiu para 1,55 filho em 2022, mantendo a tendência de queda iniciada na década de 1960, quando era de 6,28 filhos por mulher.
De acordo com os dados, entre as regiões, o Norte apresenta a maior taxa (1,89) e o Sudeste a menor (1,41). No âmbito estadual, Roraima é o único estado com taxa acima da reposição populacional, com 2,19 filhos por mulher. Já o Rio de Janeiro registra a menor taxa, com 1,35.
Além da redução no número de filhos, a idade média em que as mulheres têm filhos subiu de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022. O Distrito Federal apresenta a maior idade média (29,3 anos) e o Pará a menor (26,8 anos). O pico da fecundidade mudou da faixa etária de 20 a 24 anos para 25 a 29 anos nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
O percentual de mulheres entre 50 e 59 anos que não tiveram filhos cresceu, passando de 10% em 2000 para 16,1% em 2022. No Rio de Janeiro, esse índice chega a 21%, enquanto Tocantins registra o menor percentual, com 11,8%.
A pesquisa também aponta diferenças segundo cor ou raça. As mulheres indígenas têm a maior taxa de fecundidade (2,84 filhos), seguidas pelas pardas (1,68), pretas (1,59), brancas (1,35) e amarelas (1,22).
Quanto à escolaridade, a taxa de fecundidade diminui conforme aumenta o nível de instrução. Mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto têm taxa de 2,01 filhos, enquanto aquelas com ensino superior completo apresentam a menor taxa, de 1,19 filho por mulher. A idade média de fecundidade também varia com a escolaridade, sendo maior entre mulheres com nível superior completo (30,7 anos) e menor entre as com menos instrução (26,7 anos).
No recorte religioso, as mulheres evangélicas apresentam a maior taxa de fecundidade (1,74), acima da média nacional. As menores taxas estão entre as mulheres espíritas (1,01) e seguidoras da Umbanda e Candomblé (1,25).
Os dados refletem mudanças sociais, econômicas e culturais, como o aumento da escolaridade feminina, maior participação no mercado de trabalho e acesso a métodos contraceptivos, que influenciam o comportamento reprodutivo das mulheres brasileiras.
Evolução da Fecundidade no Brasil (1960-2022)
Ano | Brasil (TFT) | Região Norte (TFT) | Região Nordeste (TFT) |
---|---|---|---|
1960 | 6,28 | 8,56 | 7,39 |
2000 | não informado | não informado | não informado |
2010 | não informado | não informado | não informado |
2022 | 1,55 | 1,89 | 1,60 |
Ano | Idade Média (Brasil) | Maior Idade Média (UF) | Menor Idade Média (UF) |
---|---|---|---|
2000 | 26,3 | não informado | não informado |
2010 | 26,8 | não informado | não informado |
2022 | 28,1 | Distrito Federal (29,3) | Pará (26,8) |
Ano | Brasil (%) | Maior (% e UF) | Menor (% e UF) |
---|---|---|---|
2000 | 10,0 | não informado | não informado |
2010 | 11,8 | não informado | não informado |
2022 | 16,1 | 21,0 (Rio de Janeiro) | 11,8 (Tocantins) |
*Com informações de IBGE