Brasil registra mais de 5 milhões de casos de dengue em 2024
[Foto: Raquel Portugal / Fundação Oswaldo Cruz]
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (20/05), mostram que o Brasil alcançou uma marca de mais de 5.100.000 casos prováveis da dengue somente neste ano. Além disso, o número de óbitos confirmados pela doença chegou a 2.827 mortes, o maior registro desde o início da série histórica em 2000.
Até o momento, 2024 já superou os dois anos que anteriormente haviam registrado a maior quantidade de infectados: 2015, com 1.688.688 diagnósticos, e 2023, com 1.641.278.
São Paulo lidera o ranking de número de casos graves da doença, com 13.120 registros, seguido por Minas Gerais, com 9.228, e Paraná, com 8.339.
Dengue e Sintomas
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com sintomas que incluem febre alta e dores no corpo. Se não tratada adequadamente, pode levar o paciente à morte.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da dengue incluem:
- Febre alta;
- Dor no corpo e nas articulações;
- Dor atrás dos olhos;
- Mal-estar;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo.
Os sinais de alarme da doença são caracterizados principalmente por:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos;
- Sangramento de mucosa;
- Irritabilidade.
Vacina Qdenga
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na quarta-feira (15/05), a pré-qualificação da vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, para imunização contra a dengue. Esta é a segunda vacina contra a dengue a receber a pré-qualificação da entidade.
Segundo informações da OMS, a Qdenga é uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A Organização recomenda a aplicação em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em regiões com alta transmissão da doença. O esquema vacinal consiste em duas doses, administradas com um intervalo de três meses, mesma prática adotada no Brasil.
No Brasil, a Qdenga começou a ser aplicada na rede pública de saúde em fevereiro. Devido à quantidade limitada de doses fornecidas pelo fabricante, a vacinação é direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que registra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas acima de 60 anos não são indicadas para receber a vacina devido à falta de estudos clínicos específicos para essa faixa etária.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga em março de 2023 no Brasil, permitindo sua comercialização no país sob condições aprovadas. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).
Próxima epidemia
O Ministério da Saúde informou, na última semana, que está elaborando estratégias de preparação e resposta para enfrentar a próxima epidemia de dengue e outras arboviroses no Brasil. A iniciativa visa fortalecer a vigilância em saúde, aprimorar o manejo clínico, organizar os serviços de saúde, intensificar o controle vetorial e identificar lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, além de promover a comunicação e a mobilização social. O período epidêmico que será avaliado por técnicos da pasta é o biênio 2024/2025.
O planejamento, abrange ações a curto, médio e longo prazo, e está sendo discutido por especialistas em arboviroses, gestores, pesquisadores e técnicos estaduais e municipais, juntamente com representantes do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Segundo a pasta, a dengue possui um padrão sazonal, com aumento de casos e risco de epidemia, especialmente entre os meses de outubro a maio. Por isso, “os cuidados para combater essa doença devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas”, alerta o ministério.