
[Foto: Rodrigo Nunes / MS]
A partir de 1º de julho de 2025, o Ministério da Saúde substitui oficialmente a dose de reforço da vacina meningocócica C (conjugada) pela vacina meningocócica ACWY (conjugada) no calendário de vacinação infantil. A mudança foi anunciada por meio de Nota Técnica, divulgada na terça-feira (24/06), e visa ampliar a proteção contra diferentes sorogrupos da bactéria Neisseria meningitidis, principal causadora da meningite bacteriana.
De acordo com o Ministério da Saúde, a nova vacina protege contra os sorogrupos A, C, W e Y. A dose será aplicada preferencialmente aos 12 meses de idade, como parte do esquema que já inclui duas doses anteriores da vacina meningocócica C aos 3 e 5 meses. Crianças que não forem vacinadas aos 12 meses ainda poderão receber a dose até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.
Esquema de Vacinação contra Meningite – a partir de 1º de julho de 2025
Idade da criança | Dose | Vacina indicada | Proteção contra sorogrupos |
---|---|---|---|
3 meses | 1ª dose (D1) | Meningocócica C (conjugada) | C |
5 meses | 2ª dose (D2) | Meningocócica C (conjugada) | C |
12 meses | Reforço (R) | Meningocócica ACWY (conjugada) | A, C, W, Y |
Meningite
A meningite é considerada uma doença endêmica no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2007 e 2020, foram confirmados mais de 265 mil casos da doença no país, sendo as formas virais e bacterianas as mais frequentes. Somente em 2025, o Brasil já registrou 361 casos de meningite causada por meningococo, com 61 óbitos notificados.
A doença é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. A forma bacteriana, em especial, apresenta maior gravidade e risco de surtos. A transmissão geralmente ocorre por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca e vômitos. Diante de qualquer suspeita, a recomendação é procurar atendimento médico imediato. O diagnóstico é feito com base na análise do líquor (líquido cefalorraquidiano), disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da vacina ACWY, o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) inclui imunizantes que protegem contra outras causas de meningite, como a pneumocócica 10-valente, a pentavalente e a própria meningocócica C.
Segundo o Ministério da Saúde, a mudança na vacina de reforço segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação das meningites até 2030.
*Com informações de Ministério da Saúde