
Criança em um mercado | Imagem: Ilustrativa / Google Gemini
[Imagem: Ilustrativa / Google Gemini]
A obesidade se tornou, em 2025, a forma mais prevalente de má nutrição no mundo, ultrapassando a desnutrição, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (11) pelo UNICEF. O estudo mostra que 1 em cada 10 crianças e adolescentes em idade escolar vive com obesidade, o que aumenta o risco de doenças graves.
O relatório “Alimentando o Lucro: Como os Ambientes Alimentares estão Falhando com as Crianças”, baseado em dados de mais de 190 países, indica que a prevalência de desnutrição entre crianças de 5 a 19 anos caiu de quase 13% em 2000 para 9,2%, enquanto a obesidade subiu de 3% para 9,4% no mesmo período.
Segundo os dados, atualmente, a obesidade supera a desnutrição em todas as regiões do mundo, com exceção da África Subsaariana e do Sul da Ásia.
Cenário global
Entre os países com os maiores índices estão:
- Niue: 38% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade;
- Ilhas Cook: 37%;
- Nauru: 33%.
Esses números dobraram desde 2000 e, segundo o UNICEF, estão ligados à substituição da alimentação tradicional por produtos ultraprocessados importados.
Países de alta renda também apresentam índices elevados:
- Chile: 27%;
- Estados Unidos: 21%;
- Emirados Árabes Unidos: 21%.
Situação no Brasil
No Brasil, a obesidade já havia superado a desnutrição antes do ano 2000.
- Em 2000, 5% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos viviam com obesidade;
- Em 2022, o índice triplicou para 15%;
- A desnutrição aguda caiu de 4% para 3% no mesmo período.
O sobrepeso também dobrou: de 18% em 2000 para 36% em 2022.
Riscos para a saúde
O UNICEF lembra que o excesso de peso aumenta o risco de resistência à insulina, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Fatores de risco
O relatório aponta os alimentos ultraprocessados e fast foods como os principais responsáveis pela epidemia de obesidade, por serem ricos em açúcar, sal, gorduras e aditivos. Esses produtos têm grande presença em escolas e comércios, além de forte exposição em campanhas de marketing digital direcionadas ao público jovem.
Uma pesquisa global com 64 mil jovens de 13 a 24 anos em mais de 170 países mostrou que:
- 75% viram anúncios de refrigerantes, lanches ou fast foods na semana anterior;
- 60% disseram que os anúncios aumentaram a vontade de consumir;
- Mesmo em países em conflito, 68% relataram contato com esse tipo de publicidade.
Impactos econômicos
Sem políticas preventivas, os custos da obesidade devem superar US$ 4 trilhões por ano até 2035. Apenas no Peru, os gastos podem chegar a US$ 210 bilhões ao longo da vida da população afetada.
Medidas adotadas
O UNICEF destacou ações positivas:
- México: proibiu a venda e distribuição de ultraprocessados em escolas públicas, beneficiando 34 milhões de crianças;
- Brasil: citou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que vem restringindo a compra de ultraprocessados, além da rotulagem frontal, proibição de gorduras trans e esforços para limitar a publicidade infantil de alimentos não saudáveis.
Recomendações do UNICEF
A agência faz um apelo a governos e sociedade civil para:
- Adotar políticas de restrição à publicidade, rotulagem clara e taxação de ultraprocessados;
- Restringir a venda desses alimentos em escolas;
- Criar salvaguardas contra a influência da indústria em políticas públicas;
- Fortalecer programas sociais para ampliar o acesso a alimentos saudáveis por famílias vulneráveis.
Obesidade supera desnutrição no mundo
Em 2025, a obesidade se tornou a forma mais prevalente de má nutrição no mundo, ultrapassando a desnutrição. Segundo o UNICEF, 1 em cada 10 crianças e adolescentes em idade escolar — cerca de 188 milhões — vive com obesidade.
Cenário global
A desnutrição caiu de 13% em 2000 para 9,2% em 2025, enquanto a obesidade subiu de 3% para 9,4% no mesmo período.
Maiores índices
- Niue: 38%
- Ilhas Cook: 37%
- Nauru: 33%
Países de alta renda
- Chile: 27%
- EUA: 21%
- Emirados Árabes: 21%
Situação no Brasil
- 2000: 5% de crianças e adolescentes com obesidade
- 2022: 15% (triplicou)
- Desnutrição aguda: caiu de 4% para 3%
- Sobrepeso: 18% → 36%
Riscos para a saúde
O excesso de peso aumenta o risco de resistência à insulina, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Fatores de risco
Alimentos ultraprocessados e fast foods são apontados como principais responsáveis pela epidemia, associados a forte marketing digital voltado ao público jovem.
- 75% dos jovens viram anúncios de fast food na última semana
- 60% disseram que aumentou a vontade de consumir
- 68% relataram contato mesmo em países em conflito
Impactos econômicos
Sem políticas preventivas, os custos globais da obesidade podem superar US$ 4 trilhões/ano até 2035. Apenas no Peru, os gastos podem chegar a US$ 210 bilhões ao longo da vida da população afetada.
Medidas já adotadas
México
Proibiu a venda de ultraprocessados em escolas públicas, beneficiando 34 milhões de crianças.
Brasil
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), rotulagem frontal, proibição de gorduras trans e restrição da publicidade infantil de alimentos não saudáveis.
Recomendações do UNICEF
- Restringir publicidade e vender menos ultraprocessados em escolas
- Rotulagem clara e taxação desses produtos
- Criar salvaguardas contra influência da indústria
- Fortalecer programas sociais para garantir acesso a alimentos saudáveis
*Com informações de UNICEF