
[Foto: Ilustrativa / LensGO]
O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (05/06), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para o crescimento contínuo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, com destaque para os vírus influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A análise, baseada na Semana Epidemiológica 22 (25 a 31 de maio), indica que 25 das 27 unidades da federação apresentam nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento dos casos.
De acordo com os dados, a mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre idosos e crianças. Entre os idosos, os óbitos estão mais associados à influenza A. Nas crianças, os vírus predominantes são rinovírus e influenza A, com o VSR impulsionando a maior parte das internações em menores de quatro anos.
De acordo com a Fiocruz, 83.928 casos de SRAG já foram notificados em 2025. Desses, 49,4% apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Entre os agentes identificados, o VSR responde por 45% dos casos positivos, seguido da influenza A (22,7%), rinovírus (22,8%), Sars-CoV-2 (11,1%) e influenza B (1,2%).
Nas quatro últimas semanas, a influenza A foi o vírus predominante entre os óbitos por SRAG, estando presente em 73,4% dos casos fatais com exame positivo. A covid-19 representa 5,1% dos óbitos nesse mesmo período.
As regiões Centro-Sul e partes do Norte e Nordeste enfrentam alta incidência, com alguns estados registrando níveis de crescimento moderado a muito alto. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte estão entre as 15 com nível de alerta e tendência de crescimento da SRAG.
Especialistas reforçam a importância da vacinação contra a influenza, principalmente para grupos vulneráveis como idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades, além da manutenção de medidas preventivas como higienização das mãos e ambientes ventilados.
Idosos
Dados divulgados, na última semana, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam que o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a influenza A têm provocado um avanço significativo das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ultrapassando a covid-19 como principal causa de óbitos por complicações respiratórias em pessoas com mais de 60 anos.
Entre 2013 e 2023, a taxa de letalidade por VSR em idosos atingiu 26%, número 20 vezes maior do que entre crianças. A situação é ainda mais preocupante para quem possui doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, condição que pode elevar em até 33 vezes o risco de hospitalização após infecção pelo vírus.
Além do risco de morte, o impacto das infecções respiratórias na autonomia dos idosos também é significativo. Estudo aponta que um terço dos que foram internados relatam perda de funcionalidade nas atividades do dia a dia mesmo após a alta hospitalar.
Com a aproximação das temperaturas mais baixas, especialistas reforçam a importância da vacinação e de cuidados preventivos para evitar a disseminação dos vírus respiratórios entre os grupos mais vulneráveis. Medidas como higienização frequente das mãos, uso de máscaras em caso de sintomas e ambientes bem ventilados continuam sendo recomendadas.
*Com informações de Fiocruz