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Área queimada no Brasil em 2024 quase dobra em relação a 2023

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[Foto: Ilustrativa / Richard Souza / FN]

O MapBiomas informou, nesta segunda-feira (16/12) que em 2024, o Brasil registrou um aumento significativo nas queimadas, com quase o dobro da área queimada em relação ao ano passado. De janeiro a novembro, 29,7 milhões de hectares foram afetados pelo fogo, um aumento de 90% em comparação com o mesmo período de 2023. O total regisrado equivale a uma área do tamanho de todo o estado do Rio Grande do Sul. A maior parte das queimadas ocorreu na Amazônia, onde 57% da área foi consumida pelas chamas, e no Cerrado, que também apresentou crescimento.

O Pará foi o estado com o maior número de hectares queimados, representando 23% do total nacional. Além disso, as pastagens foram as áreas mais afetadas entre as terras de uso agropecuário, com 6,4 milhões de hectares queimados. No entanto, a maior preocupação se volta para o aumento das queimadas em florestas, principalmente na Amazônia, o que pode afetar a capacidade de regeneração dessas áreas e comprometer a resiliência dos ecossistemas.

“O estado do Pará, que liderou o ranking de queimadas no Brasil no mês de novembro, enfrenta graves consequências ambientais e de saúde pública”, adverte o pesquisador do IPAM e da equipe do Monitor do Fogo do MapBiomas, Felipe Martenexen.” Entre as regiões mais afetadas está Santarém, no oeste do estado, onde a qualidade do ar tem se deteriorado rapidamente. Os moradores convivem com uma atmosfera carregada de partículas tóxicas, que afetam a visibilidade e aumentam os riscos de doenças respiratórias”, explica.

Os dados indicam uma forte tendência de intensificação das queimadas, especialmente em um ano marcado por condições climáticas extremas, como a seca prolongada. Para a diretora de ciência do IPAM e coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas, Ane Alencar, o aumento das queimas acende um alerta da importância de reduzir o desmatamento.

“Esse aumento desproporcional da área queimada no Brasil em 2024, principalmente a área de floresta, acende um alerta de que além de reduzir o desmatamento, precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, explica a diretora.

Em novembro, o Pará e a Amazônia concentraram grande parte das queimadas, com impactos negativos também na qualidade do ar e na saúde pública, especialmente em municípios como Santarém. As queimadas no Cerrado e Pantanal também não passaram despercebidas, com um aumento significativo nas áreas afetadas, especialmente em vegetação nativa.

O Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas, segue acompanhando os impactos das queimadas no Brasil, que em 2024 chegam a patamares alarmantes, afetando ecossistemas, clima e a saúde das populações locais. O aumento da área queimada exige uma atenção urgente para que sejam implementadas políticas públicas eficazes para combater o uso indiscriminado do fogo e mitigar os danos ambientais.

*Com informações de MapBiomas

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