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Araruama celebrou diversidade e liberdade na 12ª Parada do Orgulho LGBTQIA+

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[Foto: Richard Souza / GE]

No domingo (01/12), Araruama, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, foi palco de cores vibrantes e alegria com a realização da 12ª edição da Parada do Orgulho LGBTQIA+. O evento, organizado pela ONG Aldeia Diversidade e com apoio da Prefeitura de Araruama, aconteceu na Praça de Eventos da Pontinha, reunindo moradores e turistas em uma celebração da diversidade, inclusão e respeito.

A programação oficial teve início às 13h, mas foi por volta das 17h que a praça começou a se encher com a chegada dos participantes. Com bandeiras, maquiagens, glitter e trajes criativos, o público buscou transformar o local em um verdadeiro cenário de festa e luta. O trio elétrico, com músicas eletrônicas, embalou os presentes, que logo se entregaram a danças e performances repletas de expressão corporal.

Laysa Jotha, presidente da ONG Aldeia Diversidade, destacou a importância de expandir as políticas públicas para dar mais suporte à comunidade LGBTQIA+ em Araruama. Ela citou o exemplo de São Pedro da Aldeia, que já conta com coordenadorias específicas para o público, e expressou sua esperança de que a cidade siga esse modelo de inclusão.

“Nosso maior objetivo hoje, estando em Araruama, é que a gente vê que os municípios estão avançando nas políticas públicas. São Pedro da Aldeia mesmo conta com duas coordenadorias LGBTQIA+, então são dois equipamentos de políticas públicas voltadas para esse segmento. A gente quer trazer também para Araruama. A gente considera, sim, que nós temos um governo super parceiro, super parceiro do movimento LGBTQIA+, a gente sabe que a prefeita Livia abraça todos os segmentos, mas a gente considera que a gente precisa de equipamentos públicos que defendam essa população”, afirmou.

A programação seguiu até as 22h com apresentações de sete DJs e três drag queens, incluindo Loren Myttil, madrinha da Parada do Orgulho LGBTI de Araruama.

Entre os participantes estava Matheus, que, envolto em uma bandeira com as cores do arco-íris, destacou os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ e a importância de eventos como a parada para fortalecer a visibilidade e a luta por direitos.

“A gente é muito maltratado, a gente é muito discriminado por conta da nossa sexualidade. É bastante importante porque, assim, a gente pode ser realmente quem a gente é. Dentro de casa, a gente tem uma opressão muito grande, então esses eventos, para mim, são a forma de eu me libertar e ser realmente quem eu sou. Eu vim para Araruama só realmente para esse evento”, contou Matheus.

De acordo com dados do Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), mais de 5 mil denúncias de casos de LGBTQIA+fobia foram registradas até setembro de 2024. Em 2023, o total chegou a 6.070, refletindo um aumento preocupante em relação ao ano anterior. O levantamento revela que, apesar de a maioria das denúncias ser feita por homens gays, pessoas transexuais e travestis são as principais vítimas de violência.

Larissa, de Iguaba Grande, estava acompanhada de amigas e aproveitava a celebração. Ela comentou sobre a satisfação com a organização e a relevância da representatividade, especialmente em espaços públicos, onde ainda há resistência e preconceito por parte de algumas pessoas.

“Eu já vim outras vezes e é muito legal a representatividade que eles colocam, e principalmente em praça pública, que tem muita gente ainda com preconceito, mas ainda assim é muito lindo de se ver”, disse Larissa.

Com o tema “Brasil de Todas as Cores”, que visa celebrar a diversidade e reforçar a importância do respeito à pluralidade de pessoas, a presidente da Aldeia Diversidade também destacou a importância da luta por direitos, mas sem esquecer as vitórias já conquistadas pela comunidade LGBT ao longo do tempo. Ela afirmou que, apesar dos avanços, o movimento continua ativo na busca por novos direitos.

“A gente está aqui para reivindicar direitos, sim, mas também para comemorar direitos, porque antigamente nós, LGBTs, não podíamos doar sangue, não podíamos adotar, não podíamos nos casar, e hoje isso foi um leque de construção, de luta, e a gente também tá em Araruama nesse marco de comemoração”, finalizou Laysa.

Confira a reportagem:

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