
Ilustração de impostos | Foto: Ilustrativa / LensGO
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu nesta sexta-feira (29) uma postura de prudência diante do processo de aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia anterior e detalhado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo a entidade, ainda é o momento de priorizar o diálogo como forma de reverter as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros.
Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a indústria brasileira continuará buscando alternativas por meio da negociação. Ele afirmou que “não é o momento” de acionar de fato a lei e reforçou a necessidade de preservar a relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Para Alban, a prioridade é alcançar um acordo que resulte na reversão da tarifa ou, ao menos, na ampliação das exceções para produtos exportados pelo Brasil.
A medida dos Estados Unidos se baseia em investigação aberta em julho, com base na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana. Em resposta, o governo brasileiro apresentou sua manifestação formal no último dia 18 de agosto, contestando a decisão e buscando alternativas para reduzir os impactos sobre o setor produtivo nacional.
A CNI afirmou que seguirá atuando em defesa da indústria, mas reforçou que uma escalada de medidas retaliatórias não é a solução mais adequada neste momento. O posicionamento da entidade se soma ao esforço diplomático brasileiro, que busca manter um canal de diálogo aberto com Washington, evitando prejuízos maiores às exportações nacionais.
Como parte dessa estratégia, uma missão empresarial organizada pela CNI viajará na próxima semana aos Estados Unidos. A comitiva reunirá mais de 100 líderes empresariais e representantes de associações do setor, que participarão de encontros com autoridades e empresários norte-americanos. A agenda também inclui preparativos para a audiência pública agendada para 3 de setembro, nos Estados Unidos, sobre a investigação em andamento.
A entidade ressaltou que o objetivo da viagem é reforçar os argumentos em favor do setor produtivo brasileiro e destacar a importância de preservar a parceria histórica entre os dois países. Para a CNI, o Brasil deve insistir em uma solução negociada que garanta a continuidade das exportações nacionais sem comprometer a relação comercial com um de seus principais parceiros econômicos.
Com informações da Agência Brasil.