
[Foto: Ilustrativa / LensGO]
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O novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (28/08), registrou aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 em Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Paraíba. Apesar do crescimento, o levantamento indica que os casos graves da doença seguem em níveis baixos no país.
A análise, referente à Semana Epidemiológica 34 (17 a 23 de agosto), reforça a importância de que grupos de risco estejam em dia com a vacinação contra a Covid-19. O InfoGripe integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e monitora ocorrências de SRAG para apoiar ações de vigilância e resposta em saúde pública.
Estados em alerta
Segundo o boletim, 20 estados apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta: Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Goiás, Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
No Amazonas, o aumento ocorre principalmente em crianças pequenas e está ligado ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), sendo o único estado com crescimento desse agente no país. Já no Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás, os casos se concentram em crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, com destaque para a influência do rinovírus. Essa tendência também aparece em São Paulo, em estados do Nordeste e no Amapá.
“Por conta do aumento, caso crianças e adolescentes nesta faixa etária apresentem sintomas de gripe ou resfriado devem ficar em casa e evitar ir à escola a fim de evitar transmissão do vírus para outras crianças. Lembrando que idosos e imunocomprometidos devem tomar a vacina contra a Covid-19 a cada seis meses. Os demais grupos de risco, como pessoas com comorbidade, precisam tomar doses de reforço uma vez ao ano”, recomenda a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Processamento de Dados Científicos da Fiocruz e do Boletim InfoGripe.
Capitais monitoradas
Duas capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta ou risco, com crescimento na tendência de longo prazo: Cuiabá (MT) e Manaus (AM).
Situação nacional
Até o momento, em 2025, foram notificados 163.956 casos de SRAG no país. Do total, 87.741 (53,5%) tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório, 56.822 (34,7%) foram negativos e 8.757 (5,3%) aguardam resultado.
Entre os casos positivos:
- 24,6% influenza A
- 1,1% influenza B
- 45,1% vírus sincicial respiratório
- 25,2% rinovírus
- 7% Sars-CoV-2 (Covid-19)
Nas últimas quatro semanas, os dados mostram prevalência de 7,9% influenza A, 1,7% influenza B, 31,1% VSR, 44,8% rinovírus e 11,5% Covid-19.
Rio de Janeiro
A nova edição do Panorama Covid-19, divulgada na terça-feira (26/08) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), mostrou que o número de internações por Covid-19 deixou de crescer na última semana. Apesar disso, três dos oito indicadores precoces analisados apresentaram aumento: a taxa de positividade dos testes rápidos realizados em laboratórios particulares, a taxa de positividade dos exames de RT-PCR analisados pelo LACEN-RJ e o número de atendimentos de crianças com suspeita da doença em UPAs.
Os dados apontaran para uma queda momentânea dos casos graves, mas as autoridades de saúde alertam para a possibilidade de novos aumentos no futuro. A recomendação é que a população mantenha a vacinação em dia e adote cuidados individuais, como uso de máscara em ambientes de risco e higiene frequente das mãos.
De acordo com os levantamentos, a positividade dos testes rápidos em laboratórios da rede particular DASA subiu de 12,5%, na semana de 20 a 26 de julho, para 14,1%, entre 10 e 16 de agosto. No mesmo período, a positividade dos exames de RT-PCR processados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN-RJ) cresceu de 10,7% para 16,7%. Já os atendimentos de crianças com sintomas de Covid-19 em UPAs passaram de 865 para 873 casos semanais.
Segundo a superintendente de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, Luciane Velasque, a variante Ômicron segue predominante no estado, com diferentes subvariantes circulando desde o início do ano. “Vale destacar que a vacina que temos disponível reforça a proteção contra essa linhagem da doença, por isso é importante manter a caderneta em dia e não vacilar com a Covid-19”, afirmou.
*Com informações de Fiocruz