
Sede do Grupo Arco-Íris, no RJ | Foto: Richard Souza / GE
[Foto: Richard Souza / GE]
Segundo o presidente do Grupo Arco-Íris, Cláudio Nascimento, a ONG que atua há 32 anos na defesa e promoção dos direitos da população LGBTQIAPN+ no Rio de Janeiro pode perder a sua sede, localizada na Rua da Carioca, nº 45, no Centro da capital. O imóvel estaria incluído em uma lista enviada pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) com quase 50 bens a serem leiloados, com o objetivo de gerar receita para os cofres públicos.
De acordo com Nascimento, a instituição recebeu o espaço em cessão de uso há quatro anos, em acordo formal firmado com o governo, que previa contrapartidas sociais e a realização de melhorias no local. “O grupo já fez mais de 25 mil atendimentos, entre serviços jurídicos, sociais, psicológicos, além de cursos profissionalizantes e ações culturais”, afirmou.
O presidente destacou que a organização investiu cerca de R$ 500 mil apenas na reforma do primeiro andar do imóvel, que estaria em condições precárias quando foi recebido. Segundo ele, o espaço se tornou funcional e abriga mais de dez projetos ativos, como o Coro LGBTI do Rio de Janeiro, iniciativas de moda sustentável, cursos de formação profissional, além de atendimentos de apoio jurídico, psicológico e social.
Nascimento afirmou ainda que o Grupo Arco-Íris não foi notificado oficialmente pelo governo sobre o possível leilão e tomou conhecimento do assunto por meio do deputado estadual Carlos Minc. O parlamentar questionou a inclusão do imóvel na lista de venda durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Alerj e recebeu apoio de outros 12 deputados para discutir o tema.
O presidente da ONG também informou que a sede mantém parcerias e convênios com diferentes esferas do poder público, incluindo o Governo do Estado, para a realização de projetos sociais. Segundo ele, está prevista para 3 de setembro a inauguração da primeira clínica comunitária de HIV/AIDS do país, em parceria com governos estadual, federal e municipal.
A ONG defende que o imóvel seja retirado da lista de leilão. “Não estamos falando apenas de um prédio, mas de um espaço vivo, que salva vidas, protege e promove cidadania”, declarou Nascimento.
Confira, a seguir, a reportagem em video realizada na sede do Grupo Arco-Íris, na última segunda-feira (25/08).