
[Foto: Ilustrativa / LensGo]
A Polícia Civil do Estado do Rio de janeiro (PCERJ), em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou nesta quarta-feira (02/07) a “Operação Infractio” para combater uma organização criminosa especializada no furto de petróleo bruto. A ação ocorre no Estado de Minas Gerais, onde estão sendo cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Dois suspeitos foram presos até o momento.
A operação é conduzida pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e teve início após uma tentativa de subtração de petróleo, registrada em agosto de 2023, no município de Rio das Flores. Durante as investigações, os agentes informara que foram indentificadas movimentações suspeitas e localizaram um túnel escavado com cerca de sete metros de extensão, utilizado para acessar clandestinamente a tubulação e realizar o furto do produto.
Segundo o inquérito, a organização criminosa agia de forma estruturada e persistente ao longo dos últimos anos, mesmo após ser alvo de outras operações policiais. As apurações indicam que os suspeitos utilizavam veículos alugados por terceiros, contas bancárias em nome de interpostas pessoas e comunicações criptografadas para dificultar a identificação dos envolvidos.
O governo do estado informou que a ação conjunta entre o setor de segurança da empresa e os agentes da DDSD foi decisiva para impedir o furto e evitar danos ambientais, já que a perfuração ocorria próxima ao Rio Paraíba do Sul — responsável pelo abastecimento de milhões de pessoas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Segundo a PCERJ, integrantes da quadrilha já foram identificados e estão sendo investigados por atuarem no suporte logístico às ações criminosas, incluindo o financiamento de despesas e a ocultação da identidade dos mandantes.
Investigações
As investigações revelaram um túnel escavado com cerca de sete metros de extensão, projetado para alcançar clandestinamente o duto Orbel II, na região de Abarracamento, em Rio das Flores (RJ). A perfuração clandestina aconteceu nas proximidades do Rio Paraíba do Sul, o que elevou o alerta para o risco ambiental, já que o manancial é fonte de abastecimento para diversas cidades em três estados do país.
Segundo informações do MP-RJ, a atuação criminosa não é recente. Os principais investigados já foram alvo de outras ações policiais desde 2017, quando ocorreu a “Operação Ratoeira”, que desvendou um esquema semelhante envolvendo o transporte de petróleo furtado em caminhões. Desde então, os mesmos envolvidos passaram a figurar em outras operações relacionadas, como “Sete Capitães I, II e III” e “Exagogí”, todas com foco no combate à prática reiterada de perfuração clandestina de oleodutos.
Operação Infractio
A “Operação Infractio” é fruto de uma força-tarefa conduzida pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) da Polícia Civil em parceria com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (CSI/MPRJ).
Ao todo, são cumpridos três mandados de prisão e vinte de busca e apreensão em endereços localizados nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os alvos são apontados como os principais articuladores da quadrilha, com atuação frequente em esquemas semelhantes de subtração ilegal de combustíveis da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
*Com informações de PCERJ