
A Prefeitura do Rio apresentou nesta sexta-feira (6) a nova Divisão de Elite da Guarda Municipal — batizada de Força Municipal. A iniciativa marca a entrada efetiva do município na segurança ostensiva após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em fevereiro, que ampliou as atribuições das prefeituras na prevenção a crimes.
Como será a Força Municipal
Característica | Detalhes anunciados |
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Efetivo | 600 agentes (duas turmas de 300). Seleção interna aberta até 12/6. |
Missão | Ação preventiva e ostensiva contra roubos e furtos em espaços públicos, com presença territorial baseada em “manchas criminais”. |
Equipamentos | Porte de arma de fogo, câmeras corporais, rádios incomunicáveis, GPS ligado 100% do turno. |
Treinamento | Curso teórico, prático e psicológico (armas, uso progressivo da força, direitos humanos); capacitação começará em setembro (1ª turma) e novembro (2ª turma), com supervisão da PRF. |
Remuneração | Prefeito prometeu salário diferenciado (valor não divulgado) e progressão por mérito. |
Transparência e controle | Corregedoria e ouvidoria independentes, relatório de ações via sistema Compstat; reuniões regulares com MP e sociedade civil. |
Limites de atuação | Não atenderá chamados 190/1746, não realizará operações contra crime organizado, nem investigação criminal; sem função de choque ou controle de multidões. |
Estrutura de comando
- Comandante: Brenno Carnevale (ex-secretário de Ordem Pública).
- Secretaria de Ordem Pública: passa a ser chefiada por Marcus Belchior (até então diretor-executivo do COR).
Por que a prefeitura diz que a medida é necessária
- Concentração de crimes: estudo da FGV mostra que 50 % dos roubos e furtos se concentram em apenas 5,3 % do território carioca.
- Percepção de risco: 65 % dos moradores avaliam que a chance de ser assaltado é média ou alta.
- Integração com o Estado: foco em “prevenção visível” para liberar as forças estaduais a ações de maior complexidade.
Próximos passos
- Seleção interna: guardas municipais inscrevem-se até 12/6.
- Divulgação dos aprovados: agosto (1ª turma) e outubro (2ª turma).
- Formação e porte de arma: setembro (1ª turma) e novembro (2ª turma).
- Operação nas ruas: primeiros agentes devem estrear ainda em 2025 em áreas-piloto definidas pelo QMD (Quadro de Missão Diária) elaborado a partir de dados do ISP e do COR.
Com a Força Municipal, a gestão Eduardo Paes afirma pretender “oferecer sensação real de segurança sem substituir a Polícia Militar”, atuando em diálogo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público.